A cantora Zizi Possi apresentou o show “Choro das águas” na noite de 4 de outubro de 2025, no Teatro Multiplan, no Rio de Janeiro, em uma apresentação beneficente que reuniu público após seis anos sem show solo da artista na cidade. O recital de voz e piano percorreu repertório que usa as águas como metáfora para as turbulências da existência humana, com direção de José Possi Neto e acompanhamento do pianista Daniel Grajew.
No espetáculo, Zizi Possi interpretou 20 músicas que remontam a várias fases de sua carreira, incluindo canções conhecidas da música brasileira. O show contou com um desenho de luz assinado por Wagner Freire, que contribuiu para o clima das apresentações. A cantora, aos 69 anos, mostrou controle vocal e afinidade com o instrumento, mantendo a técnica sem fugir da expressividade emocional.
Durante o bis, Zizi não cantou “Per amore”, canção italiana que marcou seu álbum de 1997, embora o público tenha solicitado repetidamente. Em vez disso, escolheu interpretar “Asa morena” e “Perigo”, obras de sua fase popular dos anos 1980, atendendo à nostalgia dos espectadores. O repertório do recital não teve a mesma coesão conceitual do show anterior da cantora, “À flor da pele” (2017/2019), mas satisfez o público local.
Ao longo do show, Zizi Possi explorou temas que variam da melancolia à esperança, passando por protestos e desilusões. Músicas como “Choro das águas” (Ivan Lins e Vitor Martins, 1977), faixa-título, “Foi assim (Juventude e ternura)” (Ronaldo Corrêa e Roberto Corrêa, 1967), e “Caminhos de sol” (Herman Torres e Salgado Maranhão, 1981) foram apresentadas com destaque. Já a faixa “Nós” (Tiago Araripe, 2016), que a cantora apresentou erroneamente como inédita, teve recepção mais tímida.
Uma das surpresas do roteiro foi “Canção de protesto”, de Caetano Veloso, música pouco lembrada que Zizi revigorou com sua interpretação. Também chamou atenção a performance de “Podres poderes” (Caetano Veloso, 1984), que carrega críticas políticas em sua letra. Obras consolidadas, como “Sangrando” (Gonzaguinha, 1980) e “O que será (À flor da pele)” (Chico Buarque, 1976), reforçaram a qualidade vocal da artista.
Acompanhada pelo pianista Daniel Grajew, com formação clássica e influência do jazz, Zizi transmitiu diferentes emoções em cada canção, desde a impaciência expressa em “Paciência” (Lenine e Dudu Falcão, 1999) até a densidade de “Cais” (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1972). O arranjo buscou respeitar o original, especialmente no trabalho instrumental do pianista.
Mesmo com alguns tropeços nas letras, a apresentação manteve o brilho devido à voz cristalina de Zizi Possi, que se destacou pela precisão técnica e sensibilidade interpretativa. O show reafirmou a posição da cantora no cenário da música brasileira, a partir de sua trajetória que inclui álbuns emblemáticos e momentos diversos na carreira.
O roteiro completo incluiu músicas dos mais variados compositores, proporcionando um panorama da música popular brasileira e das escolhas pessoais da artista. O espetáculo marcou o retorno de Zizi a um palco carioca para um recital solo, evento aguardado pelo público que acompanhou sua carreira nas últimas décadas.
Com uma mistura de clássicos, canções menos conhecidas e novidades, o show “Choro das águas” reafirmou a capacidade de Zizi Possi de conectar voz e emoção, sustentando um diálogo direto com a plateia. A cantora segue ativa na carreira, mantendo sua técnica e a relação com o público.
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Fonte: g1.globo.com
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