Turistas que usam inteligência artificial para planejar viag

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Turistas que usam inteligência artificial para planejar viagens devem verificar informações com cuidado antes de partir, alertam especialistas após casos de desinformação em itinerários. Erros podem levar a situações perigosas, como expor viajantes a altitudes elevadas sem suporte adequado.

No Peru, o fundador da Evolution Treks Peru, Miguel Ángel Gongora Meza, identificou um erro grave em um roteiro criado por IA que mencionava o “Cânion Sagrado de Humantay” — local que não existe. Turistas chegaram a pagar cerca de US$ 160 para uma caminhada que não tinha destino definido, ficando vulneráveis a riscos relacionados à altitude e clima.

O uso crescente de ferramentas como ChatGPT, Microsoft Copilot e Google Gemini no planejamento de viagens tem aumentado, com até 30% dos turistas internacionais utilizando essas tecnologias para organizar roteiros. Embora possam fornecer dicas úteis, esses sistemas também criam informações imprecisas ou falsas, ocasionalmente inventando destinos.

Um exemplo recente ocorreu com o casal Dana Yao e marido, que usou o ChatGPT para planejar a subida ao monte Misen, no Japão. Eles confiaram no horário informado para o último teleférico e ficaram presos no topo da montanha após a máquina já ter fechado, o que evidencia falhas na precisão das recomendações oferecidas pela IA.

Incidentes semelhantes já foram relatados internacionalmente, como no caso do site Layla, que indicou uma Torre Eiffel em Pequim e sugeriu rotas inviáveis na Itália. Pesquisa realizada em 2024 mostra que 37% dos usuários notaram falta de informações confiáveis e 33% identificaram dados falsos em roteiros produzidos por IA.

A principal causa desses problemas está na forma como esses modelos de linguagem funcionam. O professor Rayid Ghani, da Universidade Carnegie Mellon, explica que sistemas como ChatGPT geram respostas com base na probabilidade estatística de palavras, sem verificar a veracidade das informações. Esse processo pode causar o fenômeno conhecido como “alucinação”, quando fatos são inventados.

A distinção entre conteúdo real e falso se torna difícil porque as IAs apresentam respostas da mesma forma. Em muitos casos, elas combinam dados e imagens de forma a criar narrativas que parecem plausíveis, mas não correspondem ao mundo físico, o que pode ser especialmente perigoso em viagens que requerem planejamento rigoroso.

Além dos riscos diretos para turistas, o uso indiscriminado da IA para gerar conteúdo tem gerado preocupações em outras áreas. Na Malásia, por exemplo, um casal foi até um teleférico panorâmico que não existia, induzidos por um vídeo gerado por IA. Plataformas como YouTube e Netflix também enfrentaram polêmicas por edições automáticas que alteraram imagens sem consentimento.

Especialistas defendem que o avanço da IA demanda regulamentações para identificar e controlar a desinformação. Propostas na União Europeia e nos Estados Unidos buscam implantar marcas que indiquem conteúdos gerados ou modificados por IA, mas ainda enfrentam desafios para prevenir informações falsas em conversas diretas com chatbots.

A recomendação principal para os usuários é manter a vigilância e checar múltiplas fontes antes de confiar em orientações da inteligência artificial. O professor Ghani sugere ser específico nas perguntas e confirmar cada detalhe para evitar contratempos.

Para o psicoterapeuta Javier Labourt, apesar das dificuldades, viajar deve continuar sendo uma experiência aberta e adaptável. Ele ressalta que a decepção causada por informações erradas pode ser minimizada se os turistas estiverem preparados para enfrentar imprevistos, aproveitando as oportunidades de aprender e se conectar durante a viagem.

Em resumo, enquanto a IA se torna ferramenta popular para planejar viagens, seus usuários precisam ser críticos e diligentes para evitar riscos. A tecnologia oferece potencial, mas requer supervisão e cautela para garantir segurança e experiências positivas.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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