A Apple removeu nesta quinta-feira (2) o aplicativo ICEBlock e outros programas similares da App Store após pressão do governo do presidente Donald Trump. O ICEBlock enviava alertas sobre a presença de agentes do Immigration and Customs Enforcement (ICE), órgão responsável por operações antifalsação e controle migratório nos Estados Unidos.
O ICEBlock atingiu mais de 1 milhão de usuários no dia 18 de agosto, segundo a conta oficial do aplicativo na rede social BlueSky. A ferramenta era considerada essencial para migrantes, incluindo brasileiros, monitorarem a atividade da polícia de imigração e evitarem áreas com maior risco de fiscalização.
Após a retirada do ICEBlock da loja virtual da Apple, a empresa afirmou em comunicado que a decisão foi tomada com base em informações das autoridades policiais sobre riscos de segurança associados ao aplicativo. “Com base nas informações que recebemos das autoridades policiais sobre os riscos de segurança associados ao ICEBlock, removemos esse aplicativo e outros semelhantes da App Store”, declarou a empresa.
A equipe do ICEBlock classificou o bloqueio como censura e anunciou que pretende recorrer da decisão. Por meio do perfil no BlueSky, a desenvolvedora afirmou: “Recebemos uma mensagem da App Review da Apple informando que o ICEBlock foi removido da App Store por ‘conteúdo censurável’. Acreditamos que isso ocorreu devido à pressão do governo Trump. Respondemos e vamos lutar contra isso”.
Desde o início do governo Trump, o ICE intensificou operações em instalações com imigrantes, realizando batidas e prisões frequentes. Críticos da administração apontam que a agência também prendeu portadores de vistos e residentes permanentes, especialmente aqueles vistos como defensores de causas políticas, como o apoio à Palestina.
Organizações de direitos humanos denunciam que as ações da administração ferem garantias constitucionais, incluindo a liberdade de expressão e o direito ao devido processo legal. Essas denúncias ocorrem em paralelo à retirada dos aplicativos que auxiliavam migrantes a evitarem o ICE.
O impacto da remoção do ICEBlock e aplicativos semelhantes afeta diretamente a rotina dos imigrantes brasileiros nos EUA, que dependiam desses recursos para identificar riscos e buscar segurança. O episódio destaca o conflito entre estratégias de fiscalização do governo e ferramentas de monitoramento utilizadas por comunidades vulneráveis.
A Apple, portanto, optou por cumprir as orientações governamentais e preservar sua política interna, o que gerou críticas por limitar o acesso a um recurso informativo usado por um grande número de pessoas. A decisão reforça a tensão existente sobre o controle da informação em meios digitais, especialmente em temas sensíveis como imigração e direitos civis.
Em resumo, a retirada do ICEBlock da App Store representa um episódio da disputa entre o governo Trump e ferramentas tecnológicas que auxiliam grupos expostos às políticas de imigração americanas. A continuidade da disputa dependerá da resposta da empresa responsável pelo aplicativo e das ações judiciais que possam surgir.
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Fonte: g1.globo.com
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