Economia

O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta uma

O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta uma
  • Publishedoutubro 2, 2025

O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta uma série de dificuldades políticas, econômicas e pessoais desde agosto de 2023, que têm afetado sua popularidade e governabilidade. A crise se intensificou após denúncias contra sua irmã, Karina Milei, e a derrota nas eleições legislativas da província de Buenos Aires, maior colégio eleitoral do país.

Em agosto, foram divulgados áudios que sugerem um esquema de propina envolvendo Karina, secretária-geral da Presidência, e empresas farmacêuticas, com participação da Agência Nacional de Pessoas com Deficiência (Andis). O ex-diretor da Andis, Diego Spagnuolo, acusado de integrar a articulação, afirmou que a irmã do presidente e seu assessor recebiam até 8% do faturamento das farmacêuticas para garantir contratos.

As acusações abalaram a imagem de Milei, que se apresenta como oposição à corrupção e à “casta” política na Argentina. O episódio gerou turbulência no mercado financeiro e afetou sua base de apoio. Em resposta, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, manifestaram apoio a Milei e anunciaram um auxílio financeiro de US$ 20 bilhões para a Argentina, ainda sem detalhes concretos sobre o repasse.

No início de setembro, o partido de Milei, A Liberdade Avança (LLA), sofreu uma derrota significativa nas eleições legislativas da província de Buenos Aires. A sigla ficou 13 pontos percentuais atrás da coalizão governista Força Pátria, liderada por Axel Kicillof. Milei perdeu cadeiras parlamentares, enquanto o kirchnerismo amplificou sua influência na província que concentra quase 40% do eleitorado nacional. O resultado foi interpretado como um sinal de desgaste do presidente.

Pesquisas divulgadas em setembro indicam queda na aprovação popular de Milei. Segundo levantamento Bloomberg/AtlasIntel, 53,7% dos argentinos desaprovam sua gestão, enquanto 42,4% aprovam. A avaliação negativa atingiu patamar recorde desde a posse. Analistas atribuem essa queda a fatores como a postura agressiva do presidente, escândalos políticos e dificuldades econômicas enfrentadas pela população.

Na economia, a percepção de estagnação e os impactos negativos seguem em foco. Embora a inflação tenha caído significativamente em 2024, ela ainda permanece elevada. O governo implementou ajustes fiscais e monetários rigorosos, mas a pressão sobre o poder de compra aumentou. O salário mínimo perdeu 30% de valor real e o desemprego manteve-se em níveis altos, com cerca de 43% dos trabalhadores em empregos informais.

A redução dos subsídios a serviços públicos também influenciou a insatisfação, assim como a queda na atividade industrial registrada pela União Industrial Argentina (UIA). As altas taxas de juros e a falta de aumento nos investimentos estrangeiros agravam o cenário econômico.

No Congresso Nacional, Milei enfrenta dificuldades para aprovar suas propostas. O partido LLA tem apenas 37 cadeiras na Câmara dos Deputados, contra 98 da principal oposição, União pela Pátria. O governo sofreu a rejeição de 40 projetos desde março e teve vetos derrubados, especialmente em questões de financiamento para universidades e hospitais pediátricos.

Para reverter a situação, Milei tem tentado melhorar o diálogo político e se apoia em seu círculo restrito de assessores, incluindo Karina Milei e Santiago Caputo. Sua popularidade e capacidade de governar continuam sob forte pressão, e analistas questionam se ele conseguirá manter o mandato até o final previsto, em 2027.

A próxima eleição legislativa, marcada para 26 de outubro, será um teste decisivo para Milei, considerada um plebiscito sobre sua administração. Seu futuro político depende da reação do eleitorado e da dinâmica interna do Congresso, onde sua base continua fraca frente à oposição consolidada.

Enquanto isso, o presidente tenta equilibrar um estilo combativo com a necessidade de governar em meio a crises múltiplas, sem sinais claros de saída do chamado “inferno astral” que enfrenta desde o mês de seu aniversário, em outubro.

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Fonte: g1.globo.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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