Os serviços do governo dos Estados Unidos foram interrompidos a partir desta quarta-feira (1º) após o Congresso não aprovar o projeto orçamentário para estender o financiamento federal. A paralisação, conhecida como “shutdown”, afeta o funcionamento de agências públicas e serviços essenciais em todo o país.
Com a falta de acordo, milhares de servidores públicos foram colocados em licença administrativa, enquanto funcionários em setores considerados essenciais continuam trabalhando, porém sem receber salários durante o período. O pagamento será retroativo quando o orçamento for regularizado.
No setor aéreo, a Administração Federal de Aviação (FAA) informou que cerca de 11 mil trabalhadores serão enviados para casa. Treze mil controladores de tráfego aéreo precisarão manter suas atividades sem remuneração imediata. O país já enfrenta um déficit de aproximadamente 3.800 controladores, o que pode aumentar atrasos e transtornos para passageiros.
Experiências anteriores indicam que o “shutdown” eleva o tempo de espera em aeroportos. Durante a paralisação de 2018 a 2019, por exemplo, as autoridades limitaram o volume de voos em Nova York, gerando filas maiores nos pontos de controle.
Além do transporte aéreo, parques nacionais, museus federais e zoológicos devem suspender atividades ou fechar temporariamente. Locais turísticos como a Estátua da Liberdade e o National Mall, em Washington, não estarão disponíveis para visitação enquanto durar a paralisação.
No âmbito interno, programas de aposentadoria, benefícios de invalidez e alguns serviços de saúde permanecerão ativos, pois possuem financiamentos próprios ou independem do orçamento atual. O Serviço Postal continuará operando normalmente, já que sua verba não depende das aprovações do Congresso.
Entretanto, tribunais federais e a Receita Federal poderão ter suas atividades reduzidas caso o “shutdown” se estenda. Agentes do FBI, da Guarda Nacional e outras forças de segurança continuam trabalhando, assim como fiscalizações de imigração e patrulhas de fronteira.
No Departamento de Defesa, mais da metade dos 742 mil funcionários civis foi afastada, embora cerca de 2 milhões de militares mantenham suas funções regulares. Contratos firmados antes da paralisação seguem válidos, e o Pentágono pode requisitar suprimentos para garantir a segurança nacional. Visitas oficiais de chefes de Estado e autoridades estrangeiras previstas durante o período foram canceladas ou adiadas.
Além dos impactos diretos nos serviços públicos, o “shutdown” pode atrasar a divulgação de indicadores econômicos importantes, interferindo em decisões de políticas públicas e na atuação de investidores. Pequenas empresas também enfrentam limitações no acesso a empréstimos e assistência financeira.
A atual paralisação é a 15ª desde 1981. A mais longa ocorreu entre 2018 e 2019, durando 35 dias e gerando um prejuízo estimado em US$ 3 bilhões, equivalente a 0,02% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA. Na ocasião, o impasse ocorreu em torno do financiamento da construção de um muro na fronteira com o México.
O atual conflito gira em torno da área da saúde. Democratas exigem a extensão de programas de assistência médica prestes a expirar como condição para aprovar o orçamento. Já os republicanos defendem que saúde e orçamento sejam votados separadamente para não comprometer a aprovação do financiamento.
Líderes democratas afirmam que a proposta republicana não resolve problemas críticos na área da saúde, enquanto membros do partido opositor acusam a base adversária de usar o orçamento como ferramenta política em meio às eleições legislativas previstas para 2026.
A continuidade do impasse pode prolongar a paralisação, ampliando os impactos para a população, a administração pública e a economia dos Estados Unidos.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com