O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, afirmou nesta terça-feira (30) que o governo está “caminhando para uma paralisação”, após a reunião na Casa Branca não resultar em acordo para a aprovação do orçamento. O prazo para o Congresso aprovar o financiamento extra das contas públicas termina à meia-noite de quarta-feira (1º), e a falta de consenso pode paralisar diversos serviços públicos.
Na noite de segunda-feira (29), o presidente Donald Trump reuniu-se com membros do Partido Democrata na Casa Branca para tentar um entendimento. No entanto, o encontro terminou sem avanço, e ambos os lados responsabilizaram o adversário pelo possível impasse no Congresso. O republicano precisa do apoio de pelo menos sete senadores democratas para aprovar o orçamento.
Os democratas condicionam a aprovação à extensão dos programas de benefícios de saúde que estão próximos do fim. Já os republicanos argumentam que a questão da saúde deve ser tratada separadamente do financiamento do governo. O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que as diferenças entre os partidos são “muito grandes”.
A paralisação do governo é um fenômeno recorrente nos últimos 15 anos em Washington e geralmente tem solução de última hora. No entanto, a postura de Trump, que já recusou liberar bilhões de dólares aprovados pelo Congresso e ameaçou intensificar a ofensiva contra servidores públicos em caso de paralisação, adiciona uma nova camada de incerteza.
Se o Congresso não conseguir aprovar o orçamento, milhares de funcionários públicos poderão ser dispensados, afetando operações que vão desde a Nasa até parques nacionais. Outros serviços, como tribunais federais e subsídios para pequenas empresas, também ficarão suspensos.
Somente algumas agências divulgaram planos para agir em caso de paralisação. A Casa Branca, por sua vez, emitiu um decreto na segunda-feira estendendo o prazo de mais de 20 comitês consultivos federais até 2027, mas não esclareceu como eles serão financiados durante o possível período de interrupção.
O impasse gira em torno de US$ 1,7 trilhão em gastos discricionários que suportam as operações das agências, o que corresponde a cerca de um quarto do orçamento total do governo, estimado em US$ 7 trilhões. O restante do orçamento é destinado, em grande parte, a programas de saúde, aposentadorias e pagamento de juros sobre a dívida crescente, que já alcança US$ 37,5 trilhões.
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Fonte: g1.globo.com
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