O economista Emmanoel Schmidt Rondon tomou posse como presidente dos Correios nesta sexta-feira (26), em Brasília, substituindo Fabiano Silva, que pediu demissão em julho após os Correios registrarem o maior déficit entre as estatais em 2024. A indicação de Emmanoel foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aprovada pelo Conselho de Administração da empresa na última sexta-feira (19).
Emmanoel Schmidt havia sido gerente-executivo da Diretoria de Infraestrutura, Suprimento e Patrimônio do Banco do Brasil, onde atuou como funcionário de carreira. Em evento interno marcado para as 10h desta sexta, ele fará um pronunciamento a funcionários dos Correios.
Fabiano Silva entregou sua carta de demissão no dia 4 de julho, após os resultados financeiros da estatal apresentarem um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025. Este valor representa o pior desempenho da empresa desde 2017. O déficit se agravou no segundo trimestre do ano, atingindo R$ 2,6 bilhões, quase cinco vezes maior que o prejuízo no mesmo período em 2024.
No primeiro trimestre de 2025, as perdas já somavam R$ 1,7 bilhão. A crise financeira da estatal tem sido impulsionada pelo aumento das despesas e pela redução das receitas. Até junho, as despesas administrativas chegaram a R$ 3,4 bilhões, com crescimento de 74% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esse aumento nos gastos está associado principalmente ao reajuste salarial concedido a mais de 55 mil funcionários, além do aumento das dívidas judiciais, os chamados precatórios. Esses fatores têm pressionado os custos operacionais da empresa de forma significativa.
Emmanoel Schmidt é economista e possui MBA em Administração de Empresas. Com mais de 25 anos de experiência no setor financeiro, sua carreira é marcada pela atuação em gestão estratégica, governança, produtos financeiros e inovação em serviços. Ele também participou de conselhos e comitês no ecossistema do Banco do Brasil, envolvendo áreas como tecnologia, saúde e previdência.
A expectativa com a posse de Emmanoel é que ele conduza uma reestruturação financeira e administrativa nos Correios, buscando um equilíbrio econômico sustentável para a estatal. O desafio será reverter o quadro deficitário apresentado nos últimos meses e adequar a empresa às demandas do mercado atual.
A troca no comando dos Correios ocorre em um momento de atenção sobre a saúde financeira das estatais, que têm enfrentado dificuldades para equilibrar despesas e receitas. O novo presidente terá papel central nas estratégias para enfrentar esses desafios e implementar medidas de ajuste.
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Fonte: g1.globo.com
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