A pobreza na Argentina caiu para 31,6% da população no

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A pobreza na Argentina caiu para 31,6% da população no primeiro semestre de 2025, informou o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) nesta quinta-feira (25), uma redução de 6,5 pontos percentuais em relação ao semestre anterior. Os dados também mostram que a taxa de indigência recuou para 6,9%.

O Indec considera como pobres aqueles cuja renda familiar não cobre o custo da cesta básica total, que inclui alimentos e despesas essenciais, estimada em cerca de 850 dólares para uma família de quatro pessoas. Já a indigência é calculada com base em uma cesta que contempla apenas alimentos essenciais.

Essa divulgação ocorre um dia após o programa econômico do presidente ultraliberal Javier Milei receber apoio dos Estados Unidos, ação que contribuiu para a estabilização dos mercados e a contenção da desvalorização do peso, em meio a um cenário de tensão social no país.

O Ministério do Capital Humano argentino atribui a queda da pobreza às políticas econômicas adotadas pelo governo, que teriam equilibrado a economia e freado a inflação. Apesar de a inflação ter recuado de 25,5% ao mês no fim de 2023 para 1,9% em setembro, o ajuste fiscal rigoroso implementado por Milei reduziu o crescimento econômico, o consumo e o emprego.

No entanto, a metodologia utilizada para calcular os índices de pobreza e indigência é questionada por especialistas. O sociólogo Daniel Schteingart, do centro de pesquisa Fundar, alertou que a redução da pobreza pode estar superestimada devido a fragilidades na metodologia, principalmente porque os dados são baseados em auto-declaração de renda e comparam a renda do mês anterior com o custo da cesta básica do mês atual. Ele explicou que em períodos de alta inflação, esse intervalo temporal tende a aumentar o número de pessoas classificadas como pobres, enquanto em contextos de baixa inflação esse efeito diminui.

Além disso, a Universidade Católica da Argentina afirmou que a queda da pobreza está “superestimada” porque o cálculo considera cestas básicas com padrões de consumo desatualizados, de uma década atrás. A instituição destacou que o aumento recente nos preços de tarifas de serviços como água, gás e eletricidade, após a eliminação de subsídios pelo governo, não está refletido nos índices oficiais.

Javier Milei, que apresentou um pacote de medidas visando aumentar a circulação de dólares na economia, perdeu nas eleições legislativas em Buenos Aires, o que também repercutiu nos mercados locais.

Em resumo, embora os dados oficiais apontem para uma redução da pobreza e indigência na Argentina, a revisão crítica da metodologia utilizada levanta dúvidas sobre a real dimensão desse avanço, especialmente diante das mudanças recentes no custo de vida e na dinâmica econômica do país.

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Fonte: g1.globo.com

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Fonte: g1.globo.com

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