O governo chinês afirmou nesta quinta-feira (25) que

O governo chinês afirmou nesta quinta-feira (25) que a compra de soja dos Estados Unidos depende da remoção das tarifas consideradas “irracionais” impostas por Washington, sinalizando uma condição para a retomada do comércio bilateral entre as duas maiores economias do mundo. A declaração foi feita pelo porta-voz do Ministério do Comércio da China, He Yadong, durante uma coletiva de imprensa em Pequim.
A China, maior compradora global de soja, suspendeu as compras da safra americana de outono, optando pelo fornecimento da América do Sul. Essa medida ocorre em meio aos conflitos comerciais iniciados em 2018, quando o ex-presidente Donald Trump aplicou tarifas elevadas sobre produtos chineses, incluindo uma alíquota de importação de 145%. Essas tarifas afetaram diretamente o agronegócio dos EUA, especialmente os produtores de soja.
Na segunda-feira anterior, o negociador sênior de comércio da China, Li Chenggang, encontrou-se com líderes políticos e empresários do Meio-Oeste dos Estados Unidos, região central na produção de soja americana. O encontro indicou a possibilidade da China adquirir parte dos grãos americanos antes de negociações comerciais mais amplas. No entanto, discordâncias sobre detalhes técnicos ainda complicam o avanço das negociações.
A suspensão de compras chinesas sobre a soja dos EUA tem causado prejuízos aos agricultores americanos, com estimativas de perdas bilionárias. No estado da Dakota do Norte, por exemplo, produtores locais relataram uma perda estimada em US$ 400 mil neste ano devido à ausência dos pedidos chineses. Antes das tarifas, mais de 70% da soja produzida na região era destinada à China.
Com a redução das compras americanas, a China aumentou significativamente a importação de soja do Brasil para suprir sua demanda interna. Essa mudança no fluxo comercial gera impactos econômicos importantes tanto para os EUA quanto para os fornecedores sul-americanos.
A Associação Americana de Soja enviou uma carta ao presidente Joe Biden alertando para o risco de colapso financeiro do setor caso a disputa comercial com a China se prolongue. O presidente da entidade, Caleb Ragland, afirmou que os produtores americanos não conseguem sobreviver a uma crise que envolva seu maior mercado exportador.
As autoridades comerciais dos dois países planejam novas negociações para tentar resolver os impasses existentes. O futuro das tarifas e do comércio bilateral de soja ainda depende do avançar dessas conversas.
Em resumo, o retorno das compras chinesas de soja dos Estados Unidos depende da retirada das tarifas impostas por Washington, além do acordo sobre aspectos técnicos comerciais. A suspensão do comércio entre as partes tem resultado em prejuízos para produtores americanos e fortalecido a posição do Brasil como principal fornecedor da China.
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Palavras-chave: soja, China, Estados Unidos, tarifas comerciais, agronegócio, comércio bilateral, tarifa Trump, indústria agrícola, Dakota do Norte, importação, Brasil, produção de soja.
Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com