O Banco Central (BC) reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2% em 2023 e estimou uma expansão de 1,5% para 2026, ano das eleições presidenciais, a menor alta em seis anos. As informações constam no relatório de política monetária do terceiro trimestre, divulgado nesta quinta-feira (25).
O BC manteve a estimativa de crescimento do PIB em 2% para este ano, abaixo dos 2,1% projetados anteriormente. Em 2024, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou alta de 3,4% na economia brasileira.
Para 2026, o Banco Central divulgou pela primeira vez a projeção do PIB, que indica uma expansão de 1,5%. Esse crescimento seria o menor nível desde 2020, quando a economia enfrentou retração de 3,3% devido à pandemia da Covid-19.
Especialistas do BC e do setor privado apontam que a desaceleração no ritmo de crescimento está associada à necessidade de conter a inflação, objetivo central da política monetária adotada. O relatório destaca que o “hiato do produto” permanece positivo, indicando que a economia opera acima do potencial sem gerar pressões inflacionárias significativas.
A expectativa de um crescimento menor ocorre em meio à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano desde setembro. Este patamar é o mais alto em quase 20 anos.
O Banco Central informou que o câmbio mais favorável tem contribuído para a redução da inflação, mas o juro elevado será mantido por um período “bastante prolongado”. O mercado financeiro projeta início dos cortes na Selic somente em 2026.
Na mesma semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que existe espaço para redução da taxa básica de juros, considerando que o atual patamar não seria o ideal.
O BC ajusta os juros com base na meta de inflação, que para 2025 foi revisada para 4,8%, ante a projeção anterior de 4,9%. Desde o início de 2025, a meta central é manter a inflação em 3%, com variação permitida entre 1,5% e 4,5%.
Segundo o BC, a inflação seguirá acima do teto da meta até o final deste ano. Essa situação levou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a enviar uma carta pública ao ministro Haddad explicando que o superaquecimento da economia, a variação cambial, o custo da energia elétrica e fenômenos climáticos contribuíram para o descumprimento da meta.
As projeções para a inflação oficial (IPCA) indicam 3,6% para 2026 e 3,2% para 2027, ambas acima do objetivo central de 3%.
O relatório reforça que o Banco Central monitora a inflação projetada para os próximos 12 meses até o primeiro trimestre de 2027, ajustando a política monetária para manter o controle de preços.
Em resumo, o Banco Central revisou para baixo as estimativas de crescimento econômico para os próximos anos, alinhando sua política monetária a uma estratégia de juros altos para conter a inflação, enquanto projeta inflação acima da meta até 2027, em contexto de desaceleração no ritmo de expansão do PIB.
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Fonte: g1.globo.com
Fonte: g1.globo.com