O filme “Uma batalha após a outra”, dirigido por Paul

O filme “Uma batalha após a outra”, dirigido por Paul Thomas Anderson e estrelado por Leonardo DiCaprio, estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (25) com uma sátira sobre o autoritarismo nos Estados Unidos. A obra mistura humor, ação e crítica social para abordar temas atuais em uma narrativa ambientada em uma versão fictícia do país.

A história é vagamente inspirada no livro “Vineland” (1990), de Thomas Pynchon, adaptado livremente pelo diretor, que já tinha trabalhado com outra obra do autor em “Vício inerente” (2014). DiCaprio interpreta um ex-revolucionário que enfrenta um antagonista interpretado por Sean Penn, em um confronto que ocorre principalmente durante um único dia.

O protagonista, debilitado pelo uso de drogas e álcool, trava uma batalha contra o governo fascista que domina o país fictício. Seu antagonista, personagem de Sean Penn, tenta controlar uma sociedade secreta racista que influencia os rumos do governo. A atuação de Penn destaca-se pela composição de um vilão ao mesmo tempo ameaçador e ridículo, enquanto DiCaprio traz uma figura humana e falha.

O filme equilibra humor e crítica social, além de apresentar uma trilha sonora com composição de Jonny Greenwood, guitarrista do Radiohead, que contribui para a tensão constante da narrativa. A fotografia e a edição de som também são pontos fortes, apoiando o desenvolvimento da trama e das atuações.

Apesar dos elementos positivos, o roteiro apresenta uma abordagem considerada condescendente em relação a temas como racismo e xenofobia. O filme dá visibilidade a personagens de minorias étnicas em papéis idealizados, o que pode parecer simplista diante da complexidade dos assuntos tratados. Essa abordagem pode ser interpretada como uma tentativa de compensação histórica, mas também levanta questionamentos sobre a profundidade da representação.

O elenco conta ainda com as atuações da estreante Chase Infiniti, que interpreta a filha do protagonista, e da cantora Teyana Taylor, que vive a líder de um grupo revolucionário. Benicio del Toro aparece como um professor de karatê que auxilia imigrantes perseguidos, e April Grace interpreta uma freira que lidera noviças rebeldes.

Com mais de duas horas e meia de duração, a obra mantém seu ritmo no geral, graças a uma estrutura narrativa focada em um único dia e no embate central entre os personagens principais. Contudo, o filme peca pelo excesso em alguns momentos, o que pode impactar a experiência do espectador.

“Uma batalha após a outra” surge como uma sátira política que usa ação e ironia para discutir autoritarismo e tensões sociais nos Estados Unidos, refletindo questões atuais por meio de uma ficção distópica. O filme tem potencial para disputar premiações, incluindo o Oscar 2026, conforme já indicado pela crítica especializada.

A obra evidencia a parceria entre Anderson e DiCaprio, que assina seu primeiro trabalho conjunto e apresenta uma produção que mantém as características do diretor, conhecido por seu estilo e temática marcantes.

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Fonte: g1.globo.com