O Brasil produz diversos tipos de mel, que diferem conforme a espécie de abelha e a origem do néctar. Entre os méis mais comuns estão os feitos por abelhas africanizadas, que são as mais frequentes no país e produzem mel em maior volume, e os méis de abelhas nativas sem ferrão, que são mais raros e podem chegar a custar até R$ 600 por litro.
As abelhas africanizadas, da espécie *Apis mellifera*, não são nativas do Brasil, mas são as principais produtoras de mel comercializado no mercado nacional. Elas formam colônias grandes, trabalham por longas horas e produzem mel a partir do néctar coletado em diversas flores, como laranjeira, eucalipto, silvestre, cipó-uva e bracatinga. Esses méis são classificados pelo tipo de florada e têm variações de cor e sabor.
Já as abelhas sem ferrão, próximas de 250 espécies no Brasil, são nativas e produzem menores quantidades de mel, pois formam colônias menores e têm menos tempo de atividade diária. Os méis dessas abelhas são identificados pela espécie que os produz, como jataí, mandaçaia, borá e tiúba. Esses produtos são valorizados por seus sabores únicos, que podem incluir notas ácidas e toques salgados, como o mel de borá, conhecido por lembrar queijo.
O mel de bracatinga, que não é originário do néctar, mas de uma substância açucarada liberada por cochonilhas na árvore de bracatinga, se destaca pela coloração escura e menor teor de glicose. Ele é produzido principalmente na Região Sul do Brasil.
Segundo a pesquisadora Fábia de Mello, da Embrapa, o preço médio do mel produzido por abelhas africanizadas é de cerca de R$ 47 o litro. Já o mel de abelhas sem ferrão varia entre R$ 120 e R$ 600, refletindo sua produção limitada e características específicas.
Os méis de abelhas sem ferrão têm ganhado espaço na alta gastronomia devido ao seu sabor ácido e textura mais líquida, resultado do maior teor de água e da fermentação natural. A bióloga Kátia Aleixo destaca que as características do mel são influenciadas pelo tipo de abelha e pelos potes de cerume onde o mel é armazenado.
Entre os tipos de mel mais conhecidos produzidos por abelhas com ferrão está o mel de laranjeira, de cor clara e sabor levemente ácido, comum em São Paulo e Minas Gerais. O mel de eucalipto, de cor mais escura e tradicionalmente usado como expectorante, é produzido nas regiões Sul e Sudeste. O mel silvestre é uma mistura oriunda de várias flores, encontrado em apiários próximos à vegetação nativa.
No Cerrado, especialmente em Minas Gerais, destaca-se o mel de cipó-uva, quase transparente, enquanto o mel de borá, caracterizado por sabor suave e toque salgado, é produzido por abelhas sem ferrão.
O mercado brasileiro ainda é dominado pela produção de mel das abelhas africanizadas, por sua maior produtividade e volume. No entanto, o interesse pelos méis mais raros e específicos das abelhas nativas tem crescido, principalmente em nichos gourmet e medicinais.
A diversidade de méis no Brasil reflete a variedade de abelhas e ecossistemas do país, influenciando preço, sabor e usos culinários. Essa variedade, entretanto, nem sempre está clara para os consumidores, já que muitos produtos à venda são blends e não informam a origem floral no rótulo.
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Fonte: g1.globo.com
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