Paul Bulcke, presidente do conselho de administração da Nestlé, anunciou sua saída nesta terça-feira (16), poucos dias após a demissão do CEO Laurent Freixe por manter um relacionamento amoroso não divulgado com uma subordinada. Bulcke será substituído pelo vice-presidente do conselho, Pablo Isla, a partir de 1º de outubro, antecipando sua saída prevista inicialmente para abril de 2026.
A decisão de Bulcke ocorre em meio a pressões dos investidores, após a saída de um segundo CEO em pouco mais de um ano, conforme reportagem do Financial Times. A demissão de Laurent Freixe aconteceu após investigação interna identificar que ele mantinha um relacionamento secreto com uma funcionária sob sua supervisão direta, violando o Código de Conduta da empresa.
Philipp Navratil, executivo com mais de 20 anos na Nestlé, foi anunciado como o novo presidente-executivo. Ele iniciou sua carreira na empresa em 2001 como auditor interno e ocupou cargos de liderança em vários países, incluindo Honduras e México. Recentemente, liderou a Nespresso e integrou o conselho executivo da Nestlé em janeiro de 2025.
A investigação interna foi conduzida por Paul Bulcke e pelo diretor independente Pablo Isla, com apoio de advogados externos. A empresa destacou que o relacionamento de Freixe contraria políticas internas que proíbem relações entre superiores e subordinados para evitar conflitos de interesse.
Segundo Bulcke, a decisão de demitir o CEO foi difícil, mas necessária para preservar os valores e a governança da companhia. Ele agradeceu a Laurent Freixe pelos anos de serviço prestados à empresa.
O conselho afirmou que a substituição do CEO não alterará a estratégia da Nestlé, que continuará focada no plano de crescimento da empresa, priorizando eficiência e resultados. Bulcke ressaltou a capacidade de Navratil de entregar resultados mesmo em cenários desafiadores.
Em seu primeiro discurso como CEO, Navratil declarou estar honrado com a confiança recebida e disposto a continuar o trabalho da empresa. Ele destacou a importância de trabalhar alinhado com o conselho para acelerar a criação de valor.
No Brasil, embora a legislação não impeça relações amorosas no ambiente de trabalho, as empresas podem estabelecer regras internas para evitar que esses relacionamentos afetem a hierarquia ou a produtividade. A política da Nestlé reflete essa prática ao proibir relações entre supervisores e subordinados diretos, medida que visa reduzir conflitos de interesse.
A crise na liderança da Nestlé ocorre em um momento de atenção dos investidores à governança corporativa e transparência das grandes empresas globais, ressaltando a importância do cumprimento das políticas internas em ambientes corporativos.
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Fonte: g1.globo.com
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