“O Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho

“O Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho, foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2026, cuja cerimônia está marcada para 15 de março de 2026. O filme estreia no Brasil em 6 de novembro.

Após a seleção nacional, o longa precisará passar por etapas de votação na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. Primeiro, todos os membros da academia recebem acesso aos filmes inscritos e são convidados a assistir a uma quantidade mínima deles para votar. Essa fase define uma lista de até 15 finalistas.

Além da qualidade da produção, o filme depende também de estratégias internacionais de divulgação para garantir a visibilidade necessária entre os membros votantes. A divulgação é essencial porque a visualização não é obrigatória para todos os filmes inscritos, o que pode influenciar a preferência dos votantes.

A lista com os 15 filmes mais votados será divulgada em dezembro. Na segunda fase, os mesmos membros avaliam novamente esses finalistas para escolher os cinco indicados oficiais ao Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional.

“O Agente Secreto” se passa nos anos 1970 e acompanha a história de um professor universitário, interpretado por Wagner Moura, que retorna ao Recife para reencontrar o filho mais novo, enfrentando os riscos da ditadura militar vigente na época.

O filme foi selecionado após conquistar prêmios no Festival de Cannes 2025, incluindo melhor direção para Kleber Mendonça Filho e melhor ator para Wagner Moura. Críticas internacionais também destacaram a produção: o jornal britânico The Guardian qualificou o filme como “visual e dramaticamente soberbo”, e a revista Hollywood Reporter chamou a obra de “magistral”, ressaltando o desempenho de Moura.

A comissão da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, composta por 25 membros entre artistas e especialistas da área, escolheu “O Agente Secreto” em meio a uma concorrência que incluía os filmes “Baby”, de Marcelo Caetano; “Kasa Branca”, de Luciano Vidigal; “Manas”, de Marianna Brennand; “O Último Azul”, de Gabriel Mascaro; e “Oeste Outra Vez”, de Erico Rassi.

De acordo com as regras do Oscar, o filme indicado precisa ser um longa-metragem com mais de 40 minutos, produzido fora dos Estados Unidos, e apresentar mais de 50% de seu áudio original em idioma diferente do inglês. Além disso, não pode ter sido exibido em televisão aberta, fechada ou plataformas de streaming antes de seu lançamento comercial nos cinemas, que deve durar ao menos sete dias consecutivos.

O caminho para a indicação definitiva envolve, portanto, o reconhecimento da academia internacional, uma campanha de divulgação eficiente e o cumprimento dos critérios formais estabelecidos pela organização do Oscar. Apenas os filmes que alcançarem destaque suficiente seguirão para a votação final e poderão disputar a estatueta de Melhor Filme Internacional.

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Fonte: g1.globo.com