A China acusou os Estados Unidos de “intimidação unilateral” ao defender a imposição de tarifas sobre a compra de petróleo russo pela China e outros países aliados, em uma tentativa de pressionar a Rússia a encerrar a guerra na Ucrânia. A declaração foi feita em meio a crescentes tensões comerciais e políticas entre os dois países nesta segunda-feira (3), durante negociações em Madri.
O Ministério do Comércio da China classificou o pedido do presidente americano Donald Trump para que o G7 e os países da Otan estabeleçam tarifas secundárias aos produtos chineses como uma forma de coerção econômica. Trump também solicitou que os países europeus adotem sanções severas contra a Rússia e elevem tarifas entre 50% e 100% sobre produtos chineses até que a guerra na Ucrânia termine.
Segundo Trump, a China exerce um “forte controle” sobre a Rússia, e as tarifas podem enfraquecer essa influência. Ele também cobrou que os países aliados parem de comprar petróleo russo para aumentar o isolamento econômico de Moscou. A proposta de tarifas visa pressionar economicamente o governo russo, que está em conflito há mais de três anos com a Ucrânia.
As negociações entre China e Estados Unidos em Madri também abordaram outras disputas comerciais, como as restrições americanas à exportação de tecnologia e chips, e a exigência dos EUA para desinvestimento chinês na rede social TikTok. Apesar de uma trégua tarifária estabelecida em maio e renovada em agosto, o relacionamento comercial entre as duas maiores economias do mundo permanece tenso.
Além disso, autoridades chinesas anunciaram uma investigação preliminar contra a fabricante de chips norte-americana Nvidia por possível violação da lei antimonopólio da China. O episódio destaca o ambiente regulatório e político complicado que enfrenta o setor tecnológico estrangeiro no mercado chinês.
Washington tem expressado preocupações quanto ao apoio da China à Rússia, assim como sobre o controle insuficiente de Pequim no combate ao fluxo de precursores químicos usados na fabricação do fentanil, uma crise de saúde pública nos Estados Unidos. O governo chinês apelou para que os EUA adotem uma postura “prudente em palavras e ações” e busquem solucionar as divergências por meio do diálogo igualitário.
O contexto das tensões inclui o recente encontro de lideranças internacionais em Pequim, onde o presidente russo Vladimir Putin, o presidente chinês Xi Jinping e o líder norte-coreano Kim Jong Un participaram de um desfile militar, evento que também reflete as alianças geopolíticas regionais.
Com a continuidade da guerra na Ucrânia, as medidas econômicas e políticas adotadas pelos Estados Unidos e seus aliados seguem sendo estratégias centrais para tentar modificar as dinâmicas do conflito. Ao mesmo tempo, a China mantém uma posição de oposição às sanções e pressões associadas, buscando preservar seus interesses comerciais e diplomáticos.
A complexidade das relações sino-americanas, exacerbada por temas bilaterais e multilaterais, deve permanecer no centro das atenções nas próximas semanas, à medida que ambos os países tentam negociar áreas de conflito e encontrar caminhos para reduzir as tensões.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com