O papa Leão XIV questionou o bônus salarial de US$ 1 trilhão proposto pela Tesla para o CEO Elon Musk durante entrevista divulgada no último domingo (14) pelo Vaticano. A declaração ocorreu em meio às celebrações de seu 70º aniversário, comemorado no Vaticano com uma missa na Praça de São Pedro e pequenos eventos internos.
O pontífice criticou a disparidade entre os salários dos executivos e dos demais funcionários, destacando a proposta recorde de remuneração multiplicada em metas ligadas à inteligência artificial e robótica, anunciada recentemente pela Tesla. “Ontem saiu a notícia de que Elon Musk será o primeiro trilionário do mundo. O que isso significa e do que se trata? Se essa é a única coisa que ainda tem valor, então estamos em apuros”, afirmou.
Na entrevista concedida no final de julho para uma biografia que será lançada em breve, segundo a agência Reuters, o papa também fez uma comparação histórica: nos anos 1960, os presidentes de empresas recebiam entre quatro e seis vezes o salário dos seus funcionários. Hoje, esse valor chega a ser 600 vezes maior, segundo ele.
A comemoração do aniversário do papa contou com participação de membros da Igreja Católica e fiéis que assistiram à missa na Praça de São Pedro. Em seu discurso, Leão XIV agradeceu às orações de seus apoiadores e ressaltou seu vínculo com os peregrinos recém-chegados ao Vaticano.
A proposta de remuneração da Tesla, vinculada a metas de avanço tecnológico, foi anunciada em um momento em que o fundador da Oracle ultrapassou brevemente Elon Musk como a pessoa mais rica do mundo, segundo dados recentes do mercado financeiro.
As críticas do papa ocorrem em um contexto de discussão global sobre a concentração de renda e os impactos sociais das grandes desigualdades salariais dentro das corporações. Ao chamar a atenção para esses valores, ele reforça o debate sobre justiça econômica e responsabilidade social entre executivos e empresas.
A repercussão das declarações do papa deve influenciar tanto o público quanto líderes empresariais e governamentais, estimulando avaliações sobre os limites éticos dos bônus financeiros e o papel das grandes companhias na redistribuição de riqueza.
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Fonte: g1.globo.com
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