Hermeto Pascoal, compositor, multi-instrumentista e arranjador brasileiro, morreu aos 89 anos no Rio de Janeiro, em 13 de setembro de 2025, deixando uma obra musical marcada pela inovação e transversalidade. Nascido em Alagoas em 1936, Hermeto ultrapassou barreiras de gêneros musicais e criou um estilo próprio que influenciou músicos mundialmente.
Ao longo da carreira, Hermeto explorou instrumentos convencionais e objetos do cotidiano como fontes sonoras, transformando qualquer material em música. Sob esse conceito, passou a ser chamado de “Bruxo”, apelido que rejeitava, mas que refletem a singularidade de sua criação.
Sua trajetória teve início em bailes e orquestras em Recife, Pernambuco, e percorreu gêneros como forró, choro, bossa nova, samba-jazz e jazz. Hermeto integrou grupos como Som Quatro e Quarteto Novo, que ampliaram a inserção da musicalidade nordestina no cenário da música brasileira e internacional.
A amizade com músicos dos Estados Unidos, como a cantora Flora Purim, o baterista Airto Moreira e o trompetista Miles Davis, levou Hermeto a residir em Nova York em 1969, onde contribuiu para gravações de artistas renomados, como Antonio Carlos Jobim. Davis gravou três composições de Hermeto no álbum “Live – Evil” (1971), estabelecendo intercâmbio artístico entre jazz e música brasileira.
Retornando ao Brasil em 1972, Hermeto fixou residência em Bangu, no Rio de Janeiro, onde manteve uma base para seus projetos musicais. Viveu ao lado de Ilza da Silva por 46 anos, com quem teve seis filhos e a quem dedicou seu último álbum, “Pra você, Ilza” (2024).
Entre suas obras, destacam-se os álbuns “A Música Livre de Hermeto Pascoal” (1973), que introduziu a composição “Bebê”, e “Slaves Masses” (1977), gravado nos Estados Unidos com experimentações sonoras envolvendo sons inusitados. Sua discografia inclui também trabalhos em grupo que reforçam seu compromisso com a colaboração musical.
Hermeto Pascoal deixa um legado reconhecido por sua capacidade de reinventar a música e ampliar as possibilidades instrumentais e rítmicas, consolidando-se como um dos principais criadores da música mundial. Sua obra permanece como referência para músicos de diferentes gerações e estilos.
A morte do artista, comunicada pela família, encerra uma trajetória de quase nove décadas dedicada à música, marcada pela quebra de paradigmas e pela busca constante de novas expressões sonoras, desde as raízes nordestinas até a consolidação no cenário internacional.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com
