O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quinta-feira (11) surpresa com a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, prometeu uma resposta dos EUA. A condenação ocorreu em sessão da Primeira Turma do STF que julgou Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado.
A decisão da Primeira Turma do STF foi concluída nesta quinta, mas a sentença oficial será divulgada na sexta-feira (12). Bolsonaro foi condenado por organização criminosa, tentativa de golpe, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Trump comentou o caso ao deixar a Casa Branca em Washington para viajar a Nova York, onde pretende assistir a um jogo de beisebol. Ele comparou a condenação de Bolsonaro com os processos judiciais que enfrentou e afirmou que conheceu Bolsonaro como um “bom homem” enquanto era presidente do Brasil.
O presidente americano não detalhou se adotará sanções adicionais contra o Brasil em decorrência da decisão do STF. Entretanto, Marco Rubio utilizou a rede social X para criticar a decisão do Supremo brasileiro e garantiu que os Estados Unidos “responderão de forma adequada a essa caça às bruxas.”
Rubio também mencionou o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que ele é um violador de direitos humanos sancionado e que continua perseguindo Bolsonaro. A declaração ocorre em meio a tensões diplomáticas entre Brasil e EUA relacionadas ao julgamento.
No início de julho, Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciando tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA, justificando a medida parcialmente como reação à “caça às bruxas” contra Bolsonaro. Além disso, o governo dos EUA abriu uma investigação comercial contra o Brasil, alegando práticas desleais de comércio.
Na terça-feira (9), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que os Estados Unidos estão dispostos a “usar meios militares” para proteger a liberdade de expressão no mundo, em referência ao julgamento do ex-presidente brasileiro. Ela ressaltou que este é um tema prioritário para Trump, o que justifica as ações contra o Brasil.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) divulgou uma nota condenando o uso de sanções econômicas ou ameaças militares contra a democracia brasileira, sem citar diretamente os EUA.
Além de Bolsonaro, foram condenados no processo:
– Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência;
– Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
– Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança;
– Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
– Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência e delator;
– Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
– Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
A dosimetria das penas ainda será discutida pela Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin (presidente do colegiado).
O julgamento apresentou divergências, principalmente por parte do ministro Luiz Fux, que votou contra aspectos da condenação em alguns pontos. Bolsonaro, Garnier, Torres, Heleno e Nogueira foram condenados por maioria de quatro votos a um. Ramagem foi condenado em parte, enquanto Mauro Cid e Braga Netto receberam condenações unânimes em alguns crimes.
O episódio aumenta a tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos, com impacto nas relações comerciais e políticas entre os dois países.
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Fonte: g1.globo.com
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