O Green Day realizou um show de quase duas horas

O Green Day realizou um show de quase duas horas no festival The Town, neste domingo (8), em São Paulo, mantendo a postura crítica e a energia punk que marcam a banda. Durante a apresentação, o trio americano fez adaptações nas letras de suas músicas para criticar o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e figuras políticas locais.

O show começou às 23h15 com performances de clássicos do rock como “Bohemian Rhapsody” e “We Will Rock You”, do Queen, e “Blitzkrieg Bop”, dos Ramones, que aqueceram o público antes da entrada do Green Day. Quando subiram ao palco, os fãs já estavam em êxtase, e a reação aumentou com a execução de “American Idiot”.

Na canção, o vocalista Billie Joe Armstrong substituiu o verso “eu não faço parte de uma agenda caipira” por “eu não faço parte de uma agenda MAGA”, referindo-se ao lema “make America great again” de Trump. Ele também saudou o público com um “Feliz dia da independência, Brasil” ao final da música.

Em seguida, o grupo alterou a letra de “Holiday”, mudando “Califórnia” para “São Paulo”, para criticar o “representante local”. A sequência continuou com “Know Your Enemy”, que incendiou a plateia com rodas de bate-cabeça. Nesse momento, uma fã foi convidada por Billie para subir ao palco e cantar junto, recebendo um beijo e um abraço do vocalista.

Durante a primeira fase do show, o palco contou com uma grande estrutura que reproduzia a capa do álbum “American Idiot” (2004), com uma mão segurando um coração humano. O público levantou sinalizadores verdes em vários momentos e também exibiu uma bandeira da Palestina. Em “Hitchin’ a Ride”, Billie Joe pegou uma bandeira do Brasil com o nome da banda ilustrado.

Além de cantar, Billie tocou guitarra e gaita, interagindo com o público, dançando e brincando com as câmeras. O baterista Tré Cool e o baixista Mike Dirnt acompanharam com energia, sendo ovacionados tanto pelos solos quanto pela comunicação com os fãs.

Os telões mostraram imagens de diferentes fases da banda, proporcionando uma experiência visual que combinava imagens de shows anteriores e a apresentação atual, em cores associadas aos discos do grupo.

A postura crítica marcou o show, com Billie Joe manifestando o descontentamento com políticos, a quem chamou de “bastardos fascistas”, ressaltando que a intenção era deixar essa realidade de lado naquela noite, no Dia da Independência do Brasil. Ele também celebrou as apresentações de Iggy Pop e Bad Religion, que fizeram shows no mesmo dia do festival.

A apresentação revisitou várias fases da carreira do Green Day, destacando músicas como “Boulevard of Broken Dreams”, “21 Guns”, “Wake Me Up When September Ends” e “Jesus of Suburbia”, que trouxeram uma sensação de nostalgia ao público. Ao mesmo tempo, faixas do álbum mais recente “Saviors”, como “Bobby Sox” — considerada um hino bissexual — mantiveram o ritmo intenso.

O encerramento ocorreu com “Time of Your Life”, em clima mais intimista e emocionado. Mesmo não estando em seu auge, o Green Day demonstrou que continua relevante no cenário do pop punk, representando características próprias do estilo: rebeldia, crítica social, atitude e som contundente.

O público acompanhou com entusiasmo até o fim, confirmando a influência da banda na história da música alternativa.

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Fonte: g1.globo.com