A Opep+ decidiu aumentar a produção de petróleo

A Opep+ decidiu aumentar a produção de petróleo a partir de outubro para recuperar participação no mercado, em uma reunião online realizada neste domingo. A medida, liderada pela Arábia Saudita, responde a um cenário de enfraquecimento da demanda global e busca manter o equilíbrio do mercado.
O grupo concordou em elevar a produção em 137 mil barris por dia (bpd), um aumento significativamente menor que os observados nos meses anteriores, quando os incrementos chegaram a cerca de 555 mil bpd em agosto e setembro. Essa desaceleração no ritmo ocorre em meio à expectativa de um provável excesso de oferta durante o inverno no hemisfério norte.
Desde abril, a Opep+ vinha ampliando a produção após anos de cortes realizados para sustentar os preços do petróleo. A decisão atual representa o início da reversão antecipada da segunda rodada de cortes, que retirou cerca de 1,65 milhão de barris diários de oito membros do grupo.
Antes disso, desde abril, o grupo já havia revertido integralmente a primeira rodada de cortes, que reduziu a produção em 2,5 milhões de barris por dia, equivalente a aproximadamente 2,4% da demanda mundial.
Jorge Leon, analista da Rystad e ex-funcionário da Opep, afirmou que o aumento tem mais importância simbólica do que em volumes. Segundo ele, a Opep+ busca sinalizar seu compromisso em preservar a participação no mercado, mesmo que isso implique menor pressão para manter os preços elevados.
A capacidade do grupo de expandir a produção esteve facilitada durante o verão, quando a demanda global cresceu. No entanto, o maior desafio será enfrentar a desaceleração esperada para o quarto trimestre, conforme destacou Leon.
A Opep+ mantém a flexibilidade para ajustar os níveis de produção em reuniões futuras, podendo acelerar, pausar ou reverter os aumentos conforme o cenário de mercado. O próximo encontro do grupo está agendado para 5 de outubro.
Além do aumento planejado, a Arábia Saudita tem atuado para punir membros que excederam seus limites de produção, como o Cazaquistão. Paralelamente, os Emirados Árabes Unidos ampliaram sua capacidade produtiva e buscaram metas maiores para o volume de petróleo.
No início do ano, Donald Trump pressionou a Opep+ a elevar a produção, alinhado à sua promessa de reduzir os preços da gasolina nos Estados Unidos. A ampliação da oferta contribuiu para queda de cerca de 15% nos preços do petróleo desde o início do ano, impactando os lucros das empresas do setor e resultando em cortes de empregos.
Apesar da redução, os preços do petróleo se mantiveram em torno de US$ 65 por barril, sustentados pelas sanções ocidentais contra Rússia e Irã. Essa estabilidade nos valores estimulou a continuidade dos aumentos progressivos na produção por parte do grupo.
Assim, a decisão da Opep+ marca um ajuste na estratégia de oferta para responder às mudanças na demanda global, buscando preservar sua fatia no mercado diante de um ambiente econômico e político complexo.
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Fonte: g1.globo.com
Fonte: g1.globo.com