O leilão para a concessão do túnel submerso Santos-Guarujá o

O leilão para a concessão do túnel submerso Santos-Guarujá ocorre nesta sexta-feira (4) na sede da B3, em São Paulo, marcando o avanço de um projeto discutido há quase cem anos por sua importância para a mobilidade regional. A iniciativa reúne os governos federal e estadual em parceria com a iniciativa privada para a construção, operação e manutenção do túnel.
O projeto original para a ligação entre Santos e Guarujá foi elaborado em 1927 pelo engenheiro Enéas Marini, durante o governo de Júlio Prestes. Após décadas sem avanços, o edital para a obra foi lançado em janeiro deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O investimento estimado é de R$ 6,8 bilhões, e duas empresas estrangeiras, Acciona Concesiones (Espanha) e Mota-Engil (Portugal), tiveram suas propostas aprovadas e poderão participar do leilão. A concessão terá duração de 30 anos, e a vencedora será a empresa que oferecer o maior desconto na parcela mensal paga pelo poder público.
O túnel será o primeiro submerso do Brasil, com 1,5 km de extensão, dos quais cerca de 870 metros ficarão abaixo do leito do canal entre Santos e Guarujá. A estrutura deve permitir o tráfego de veículos de passeio, transporte público, caminhões, bicicletas e pedestres. Atualmente, aproximadamente 78 mil pessoas fazem a travessia diariamente em barcos e balsas.
A construção seguirá um método diferente de escavação em rocha, comum em túneis de metrô. Serão usados blocos pré-moldados de concreto, com câmaras internas de ar, construídos em terra firme e depois transportados para o local por flutuação até o posicionamento no canal. Os blocos serão afundados, encaixados e protegidos com camadas de areia e pedras.
Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, o solo argiloso e sedimentar da região não é estável para escavações profundas, razão pela qual o modelo submerso foi escolhido. A técnica reduz desapropriações, impacto visual e permite maior velocidade e eficiência na execução da obra. A opção por um túnel descartou a construção de uma ponte devido à proximidade da Base Aérea de Santos e ao tráfego intenso de navios na região.
O processo de construção será dividido em três etapas: preparação do leito com escavação e aplicação de base de concreto; transporte e imersão controlada dos módulos por rebocadores; e proteção da estrutura com camada final de pedras para garantir segurança contra impactos naturais.
Politicamente, o projeto tem gerado disputa de protagonismo entre Lula e Tarcísio. Durante o lançamento do edital, ambos destacaram a parceria, mas depois adotaram discursos direcionados às suas bases eleitorais sem mencionar a contribuição do outro. Lula enfatizou a colaboração entre governos, enquanto Tarcísio apresentou o projeto como conquista estadual em suas manifestações públicas.
A tensão se intensificou com a aproximação do leilão, e a expectativa é que Lula não participe do evento, que contará com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, este último um dos poucos representantes do governo federal que mantém a menção à parceria entre as esferas estadual e federal.
O túnel Santos-Guarujá deve ser concluído até 2030 e se tornar o maior projeto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. A obra representará uma mudança significativa na mobilidade da Baixada Santista, reduzindo o tempo e os riscos da travessia entre os dois municípios.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com