Economia

O estilista Giorgio Armani, fundador de uma das

O estilista Giorgio Armani, fundador de uma das
  • Publishedsetembro 5, 2025

O estilista Giorgio Armani, fundador de uma das marcas de moda mais reconhecidas do mundo, morreu aos 91 anos, levantando dúvidas sobre o futuro do grupo que construiu ao longo de cinco décadas em Milão. Sua morte reacende o debate sobre a continuidade e a independência da empresa, que sempre foi uma prioridade para Armani.

Sem filhos para herdar o negócio, Armani deixou uma companhia com receita líquida estável de 2,3 bilhões de euros em 2024, embora tenha registrado redução nos lucros em meio à recessão no setor de luxo. Especialistas destacam que, apesar do cenário desafiador, o grupo continua atraente para o mercado.

Mario Ortelli, sócio-diretor da consultoria Ortelli&Co, afirmou que a marca Armani possui uma visão estilística clara e mantém forte reconhecimento global. No entanto, ele avalia como improvável qualquer venda ou fusão no curto ou médio prazo, dado o histórico de resistência da família Armani a perder o controle da empresa.

Ao longo dos anos, Armani rejeitou propostas de diferentes grupos, incluindo ofertas em 2021 de John Elkann, da família Agnelli, e de Maurizio Gucci, na época à frente da Gucci. A empresa nunca foi listada na bolsa de valores, refletindo o desejo do estilista de preservar a estrutura independente do grupo.

Antes de sua morte, Armani fortaleceu a governança da empresa por meio de uma fundação criada em 2016, cujo objetivo era resguardar a continuidade do controle familiar e a identidade da marca. A fundação possui participação simbólica no grupo, mas deve assumir maior influência após a abertura do testamento do estilista, prevista para as próximas semanas.

Os estatutos formulados por Armani estabelecem regras claras para a governança futura, incluindo divisão do capital em diferentes categorias de ações e restrições para abertura de capital ou transações sem maioria dos votos dos diretores. Essas medidas indicam uma orientação cautelosa para proteger o legado do grupo.

O império construído por Armani opera com uma estrutura relativamente pequena em comparação a conglomerados como LVMH ou Kering. A empresa concentra quase metade de sua receita na Europa e mantém investimentos em projetos simbólicos, como lojas em Nova York, Milão e Paris, além da internalização da gestão do comércio eletrônico.

No final de 2024, o grupo reportou caixa líquido de 570 milhões de euros, reforçando sua capacidade financeira para enfrentar o momento atual. Países da América e da região Ásia-Pacífico respondem por cerca de um quinto cada da receita total.

Giorgio Armani planejou uma transição gradual da liderança para familiares e colaboradores próximos, conforme revelou em sua última entrevista. Entre os possíveis sucessores administrativos estão veteranos do grupo, como Giuseppe Marsocci e Daniele Ballestrazzi, e familiares como a irmã Rosanna e o sobrinho Andrea Camerana.

A definição da liderança criativa ainda é uma questão em aberto. A sobrinha Silvana Armani colaborou em coleções femininas, enquanto o braço direito Pantaleo Dell’Orco atuou nas coleções masculinas. Especialistas apontam que a fundação deve estabelecer diretrizes sobre se haverá um único diretor criativo ou múltiplos responsáveis por diferentes linhas.

Com a morte de Giorgio Armani, o futuro da marca dependerá das decisões relacionadas à governança, controle acionário e direção criativa. As próximas semanas deverão esclarecer os passos que garantirão a continuidade do grupo conforme os princípios estabelecidos pelo estilista.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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