Economia

O poderio militar da China foi exibido em um desfile

O poderio militar da China foi exibido em um desfile
  • Publishedsetembro 4, 2025

O poderio militar da China foi exibido em um desfile realizado em Pequim na quarta-feira (3), marcando o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. A demonstração, acompanhada por líderes mundiais, revela a crescente influência chinesa e levanta questionamentos sobre os efeitos da política tarifária adotada pelo governo Trump nos Estados Unidos.

O desfile na Praça da Paz Celestial mostrou armamentos avançados, como mísseis, drones e lasers, além de tropas marchando em formação. A cerimônia também buscou reafirmar o papel da China na vitória sobre o fascismo e o imperialismo durante a guerra. A mensagem parecia dirigida tanto ao público internacional quanto ao governo americano, indicando uma nova realidade geopolítica com a China como um dos principais atores globais.

Do outro lado do mundo, o então presidente americano Donald Trump acompanhou o evento de Washington, D.C., e manifestou sua atenção ao desfile. Apesar de classificar a exibição como “impressionante”, ele demonstrou postura ambivalente, oscilando entre a indiferença e críticas à relação entre China, Rússia e Coreia do Norte, especialmente em suas mensagens na rede social Truth Social.

Trump tem buscado promover uma política econômica nacionalista, focada na proteção da indústria americana por meio da imposição de tarifas sobre importações. Essa abordagem, porém, vem provocando tensões diplomáticas e mudanças nos alinhamentos internacionais. Um exemplo recente foi a reunião entre os presidentes Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia) e o primeiro-ministro Narendra Modi (Índia), realizada na cúpula econômica em Tianjin na segunda-feira (5). O encontro sinalizou uma aproximação entre esses países, pressionados pelas medidas comerciais americanas.

Especialistas apontam que a iniciativa tarifária dos EUA fortaleceu laços estratégicos entre países tradicionalmente rivais, como China e Índia, e impulsionou a formação de novos centros de poder econômico e militar. A ampliação dessa conjuntura desafia a ordem global liderada pelos Estados Unidos desde o pós-guerra.

No âmbito doméstico, a política tarifária enfrenta obstáculos na Justiça americana. Em agosto, um tribunal de apelação considerou ilegal a fundamentação de muitas das tarifas impostas por Trump, decisão que pode pôr em risco a continuidade da estratégia. O presidente prometeu recorrer à Suprema Corte, mas o resultado ainda é incerto, já que o tribunal costuma exigir respaldo explícito do Congresso para medidas desse tipo.

Análises indicam que a política de “América em primeiro lugar” tem efeitos ambíguos. Se, por um lado, visa fortalecer a indústria nacional e gerar receita, por outro, pode custodiar isolamento comercial e enfraquecer a posição estratégica dos EUA diante do crescimento militar e econômico da China. A demonstração de poder em Pequim contrapõe a celebração mais discreta organizada por Trump em Washington, que focou em símbolos históricos do exército americano.

A exibição chinesa, ao mesmo tempo em que resgata o passado da Segunda Guerra Mundial, reforça a ideia de uma nova ordem mundial em formação, com a China assumindo uma posição central. O desafio para os Estados Unidos será responder a essa transformação geopolítica sem comprometer alianças e sem enfraquecer sua própria influência global.

Em conclusão, o desfile militar chinês evidencia um momento de mudança na dinâmica internacional, intensificado pela política tarifária norte-americana. Enquanto o governo Trump apostava no retorno da força econômica americana por meio do protecionismo, o fortalecimento dos laços entre potências emergentes pode redefinir relações diplomáticas e comerciais nos próximos anos.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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