Economia

O governo do presidente argentino Javier Milei decidiu

O governo do presidente argentino Javier Milei decidiu
  • Publishedsetembro 4, 2025

O governo do presidente argentino Javier Milei decidiu, em 2025, intervir novamente no câmbio do país para conter a desvalorização do peso em meio a uma crise econômica e política. A medida foi tomada no contexto de queda das reservas internacionais e da pressão sobre a moeda local, apesar do compromisso anterior do governo com uma agenda ultraliberal que refutava intervenções no mercado.

Milei assumiu a presidência em 2023 defendendo uma ampla liberalização econômica, incluindo a extinção do Banco Central, a privatização de estatais e a defesa da dolarização da economia. Em abril deste mesmo ano, o governo havia abolido o “cepo” cambial, sistema que limitava a compra de dólares, permitindo que o câmbio flutuasse livremente. A expectativa era estimular o mercado e atrair investidores estrangeiros.

No entanto, após a liberação, o peso argentino continuou a perder valor frente ao dólar, enquanto as reservas cambiais caíram para cerca de US$ 7 bilhões negativos. Essa situação expôs a vulnerabilidade da moeda e colocou em risco a estabilidade econômica, já que a valorização do dólar impacta o custo das importações e pressiona a inflação, um dos principais desafios do governo.

Em reação, o Executivo endureceu as regras para operações cambiais com credores comerciais, proibindo bancos de aumentar suas posições em câmbio no final do mês. O objetivo foi limitar a demanda por dólares e conter a desvalorização do peso, o que representa uma mudança em relação à postura inicial de liberar totalmente o mercado cambial.

Economistas consultados pelo g1 classificam essa decisão como uma “contenção de crise”, observando que a intervenção direta contraria a política liberal pregada por Milei, que defendia a autorregulação do mercado. O diretor de operações da Frente Corretora, Carlos Henrique, destacou que a medida foi motivada pela incapacidade do governo em resolver a crise fiscal e pela pressão crescente sobre a moeda desde antes da crise política atual.

Além dos desafios econômicos, o governo enfrenta um escândalo de corrupção envolvendo Karina Milei, irmã do presidente e secretária-geral da Presidência. Áudios vazados apontam que Karina e um subsecretário teriam pedido propina a indústrias farmacêuticas para compras destinadas à rede pública. O episódio fragilizou a confiança no governo, afastando investidores e contribuindo para a fuga de dólares.

O relatório do banco Bradesco BBI ressalta que escândalos políticos como esse fragmentam o cenário de poder, minam a confiança e levam a uma expansão fiscal não planejada, em desacordo com as metas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Essa combinação reforça as dificuldades para a manutenção da estabilidade cambial.

A decisão de intervir ocorre ainda em um momento de instabilidade política, às vésperas das eleições provinciais em Buenos Aires, marcadas para o domingo 7 de julho. Milei e seu partido acumularam derrotas no Congresso que limitaram sua capacidade de implementar reformas. A aprovação do presidente recuou para 41%, indicando perda de apoio popular.

Especialistas apontam que a instabilidade política funcionou como catalisador para a desvalorização do peso, forçando a intervenção no câmbio para tentar conter os efeitos negativos sobre a economia. A combinação entre crises internas e dificuldades fiscais levou o Executivo a rever sua estratégia inicial de não interferência no mercado.

Em resumo, o governo de Milei enfrentou desafios que motivaram a retomada da intervenção cambial, apesar da orientação liberal adotada no início do mandato. A desvalorização do peso, a crise política, as denúncias de corrupção e a proximidade das eleições contribuíram para a decisão de controlar a demanda por dólares, buscando preservar a estabilidade econômica em um cenário complexo.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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