As ações do Banco de Brasília (BRB) caíram 6,5% nesta

As ações do Banco de Brasília (BRB) caíram 6,5% nesta quinta-feira (4), após o Banco Central (BC) rejeitar a compra do Banco Master pelo BRB. A decisão do BC encerra mais de cinco meses de análise e impede a conclusão da operação, que já contava com o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Em comunicado, o BRB informou que solicitou ao BC o acesso à íntegra da decisão para avaliar seus fundamentos e definir as alternativas cabíveis. O banco estatal também reafirmou que via a aquisição como estratégica para sua atuação no Distrito Federal e no Sistema Financeiro Nacional.
O Banco Master, por sua vez, anunciou que aguarda a decisão completa para examinar as possibilidades legais e reiterou confiança na sua estratégia e operação, mesmo diante das preocupações do mercado relacionadas à sua captação de recursos.
O acordo para venda foi firmado em março e previa que o BRB adquirisse 49% das ações ordinárias, 100% das preferenciais e 58% do capital total do Banco Master. A aprovação do BC era o último passo necessário para concluir a compra, já que o Cade havia dado sinal verde em junho.
O BRB é uma sociedade de economia mista controlada majoritariamente pelo governo do Distrito Federal, com presença em diversas unidades da Federação. A negociação vinha sendo acompanhada pelo Ministério Público do DF, e a Justiça determinou que a compra fosse aprovada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, que sancionou o aval no mês passado.
A decisão do BC ocorreu um dia após líderes da Câmara dos Deputados apresentarem um pedido de urgência para um projeto que permitiria ao Legislativo demitir diretores da autoridade monetária. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou preocupação com a proposta, defendendo a autonomia administrativa do Banco Central, mas sem transformá-lo em pessoa jurídica de direito privado.
O Banco Master cresceu nos últimos anos adotando uma estratégia de captação considerada arriscada pelo mercado. A instituição oferecia Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com taxas acima da média, atraindo investidores pela proteção oferecida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
O FGC, formado pelas próprias instituições financeiras, protege investimentos até o limite de R$ 250 mil por investidor em caso de falência de um banco associado. Essa garantia torna os investimentos mais seguros, mas pode incentivar práticas de captação baseadas em risco elevado.
Devido a isso, o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional aprovaram novos regulamentos para o FGC, com vigência a partir de junho de 2026, visando reduzir riscos gerados por instituições que adotam estratégias de captação agressivas e alavancadas.
Além da captação de recursos, o modelo de negócios do Banco Master inclui investimentos em ativos de baixa liquidez, como precatórios e participações em empresas, o que levantou dúvidas sobre sua saúde financeira.
Até o momento, o Banco Central não se pronunciou publicamente sobre os motivos específicos da rejeição à operação de compra do Banco Master pelo BRB.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com