As exportações de café brasileiro para os Estados Unidos devem cair cerca de 55% em agosto em comparação ao mesmo mês de 2024, no contexto do aumento tarifário imposto pelos EUA. Com isso, a Alemanha pode se tornar o maior comprador do produto brasileiro no período, conforme dados preliminares divulgados pelo Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafe) durante a Semana Internacional do Café (SIC) e reunião da Comissão Nacional de Café da CNA.
Segundo o Cecafe, a expectativa para agosto é que o Brasil exporte 251,9 mil sacas de 60 kg para os EUA, menos da metade das 562,7 mil sacas registradas em agosto do ano passado. Enquanto isso, a Alemanha mantém uma média de 379,5 mil sacas por mês e pode superar os EUA como maior importador no próximo mês. No entanto, no acumulado do ano, os Estados Unidos devem continuar na liderança das compras de café brasileiro.
Estados Unidos e Alemanha lideram as importações do café brasileiro desde 1997, quando o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) iniciou o monitoramento. Eles se alternaram como maiores compradores ao longo dos anos, mas os EUA têm mantido a liderança anual consecutivamente desde 2017.
O principal fator para a redução das exportações para os EUA é a tarifa de 50% aplicada pelo país sobre o café brasileiro. Além da tarifa, problemas logísticos como atrasos e alterações nas escalas de navios, e a falta de infraestrutura portuária, também impactaram negativamente o setor. Segundo comunicado divulgado pelo Cecafe em 2 de julho, esses problemas causaram um prejuízo estimado em R$ 1,1 bilhão só no mês anterior.
Outro elemento que contribui para o cenário é a alta nas exportações do café em 2024, que reduziu a disponibilidade do produto para envios em 2025. O estoque menor limita o volume de café que o Brasil poderá exportar nos próximos meses, influenciando diretamente os números previstos para agosto.
A imposição da tarifa pelos Estados Unidos representa um desafio para os exportadores brasileiros, que buscam novos mercados e alternativas para manter os volumes de vendas. A possível liderança da Alemanha em agosto indica uma mudança temporária no perfil de compradores do café nacional, mas não altera a tendência anual, que ainda favorece os EUA.
Além disso, a situação tem repercussões no mercado global de café e nos preços, tanto para os produtores quanto para os consumidores. A tarifa pode influenciar as cotações internacionais, alterando a dinâmica de oferta e demanda, assim como o comportamento dos importadores locais nos Estados Unidos.
O cenário atual reforça a importância da diversificação dos mercados e da solução dos entraves logísticos para a competitividade do café brasileiro. A adaptação ao novo contexto tarifário e a busca por parcerias comerciais são estratégias que devem ser aprofundadas pelos produtores e exportadores do setor.
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Fonte: g1.globo.com
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