Economia

Após 25 anos de negociações, a União Europeia apresentou for

Após 25 anos de negociações, a União Europeia apresentou for
  • Publishedsetembro 3, 2025

Após 25 anos de negociações, a União Europeia apresentou formalmente nesta quarta-feira (3) o acordo de livre comércio com o Mercosul, que agora será analisado pelo Parlamento Europeu e pelos governos dos 27 países do bloco. A proposta busca fortalecer relações comerciais e reduzir tarifas, mas enfrenta oposição interna devido a preocupações agrícolas, ambientais e econômicas.

Para ser aprovado, o acordo precisa receber o aval de uma maioria qualificada na União Europeia, composta por pelo menos 15 países que representem 65% da população do bloco. Embora conte com o apoio da Comissão Europeia e de nações como Alemanha e Espanha, que veem benefícios em ampliar o acesso ao mercado sul-americano e garantir fornecimento de minerais essenciais, há resistências significativas.

Alemanha e Espanha destacam que o pacto pode compensar perdas comerciais impostas por tarifas dos Estados Unidos e oferecer oportunidades para exportar carros, máquinas e produtos químicos. Além disso, consideram o Mercosul um fornecedor estratégico de minerais importantes para a transição energética europeia, como o lítio metálico, atualmente dependente da China. Agricultores e setores europeus interessados também mentionam vantagens no acesso a tarifas reduzidas para queijos, presunto e vinhos.

Em contrapartida, países como França e Polônia posicionam-se contra o acordo, defendendo a proteção de seus setores agrícolas. A França, maior produtora agrícola da UE, manifesta receios quanto à concorrência com exportadores sul-americanos de grãos e carnes. Agricultores europeus já realizaram protestos alertando para importações de produtos baratos, principalmente carne bovina, que, segundo eles, não atenderiam aos padrões de segurança alimentar e ambientais da União Europeia. A Comissão Europeia refuta essas alegações.

Grupos ambientais europeus também criticam a proposta, classificando-a como prejudicial ao combate às mudanças climáticas. A organização Friends of the Earth sinalizou que o acordo pode agravar a crise climática. Espera-se que partidos ambientais e de extrema direita dentro do Parlamento Europeu tentem barrar a votação, enquanto alguns governos podem seguir a oposição, tornando incerta a aprovação final.

No cenário do Mercosul, o tratado também gera debates e resistências. Especialistas apontam que, apesar do potencial para ampliar exportações, o bloco pode enfrentar desafios devido à concorrência com produtos industriais europeus mais competitivos. A complexidade do acordo, somada a essas dúvidas, mantém o futuro do pacto em aberto.

Durante o encontro do G20 realizado no Rio de Janeiro, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reforçaram a importância das negociações para fortalecer as relações comerciais entre os dois blocos. O acordo representa um passo significativo após duas décadas e meia de disputas e ajustes.

O processo de ratificação deve se estender por meses, envolvendo debates internos em vários países europeus. O resultado influenciará as relações econômicas diretas entre Europa e América do Sul, além de afetar políticas comerciais globais e estratégias de sustentabilidade ambiental.

*Matéria em atualização

(Com informações da Reuters)

Palavras‑chave relacionadas: Acordo UE-Mercosul, livre comércio, União Europeia, Mercosul, Parlamento Europeu, políticas agrícolas, meio ambiente, minerais estratégicos, lítio, comércio internacional, França, Alemanha, Espanha, Polônia, direitos comerciais, transição energética.

Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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Caio Marcio

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