Economia

Vários países têm considerado a redução de feriados

Vários países têm considerado a redução de feriados
  • Publishedsetembro 2, 2025

Vários países têm considerado a redução de feriados como estratégia para melhorar a economia, citando impactos positivos no orçamento e na produtividade. Em julho, o primeiro-ministro francês, François Bayrou, propôs eliminar dois feriados nacionais, medida que gerou críticas políticas e repercutiu em outros países com iniciativas similares.

Na França, a proposta visa aliviar pressões orçamentárias ao remover a Segunda-feira de Páscoa e o Dia da Vitória na Europa. Em países como Eslováquia e Dinamarca, feriados foram reduzidos recentemente para aumentar espaço fiscal, especialmente para atender a orçamentos de defesa. Nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump afirmou, em junho deste ano, que os feriados “custam bilhões de dólares” à economia.

Especialistas sugerem que a relação entre feriados e produtividade econômica é complexa. Charles Cornes, economista da consultoria britânica Cebr, afirmou que estudos indicam que fatores como eficiência, investimento e qualificação influenciam mais a produtividade do que o número de feriados.

Algumas pesquisas indicam que a redução de feriados pode levar a pequenos aumentos no Produto Interno Bruto (PIB). Um estudo de 2021 mostrou que feriados aumentam a demanda por alguns setores, mas quando caem em fins de semana, a economia pode apresentar leve avanço. Apesar disso, análises do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Bundesbank apontam que o crescimento do PIB após a redução de feriados costuma ser menor do que o ganho esperado com os dias úteis adicionais.

Além da produtividade imediata, o efeito dos feriados sobre o bem-estar dos trabalhadores é um fator considerado. Adewale Maye, analista do Instituto de Política Econômica em Washington, destacou que a ausência de descanso pode elevar o risco de burnout, afetando a saúde e a produtividade a longo prazo.

O debate sobre feriados está integrado a discussões mais amplas sobre a jornada de trabalho. Países como Alemanha, Reino Unido e Holanda buscam reverter o declínio na média de horas trabalhadas, mas o incentivo a mais horas não equivale à retirada completa de feriados.

Países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) oferecem, em geral, entre 30 e 36 dias de folga remunerada ao ano, somando feriados e férias. Canadá, Áustria, Dinamarca e Finlândia apresentam altos números de dias de folga e figuram entre os maiores PIBs per capita.

Os Estados Unidos se destacam por não garantir férias remuneradas e possuírem 11 feriados oficiais. Segundo Adewale Maye, setores essenciais como varejo, turismo e transporte mantêm atividades durante feriados, o que dificulta o descanso dos trabalhadores e refuta a ideia de que feriados foram um problema para a produtividade local.

Cornes ressalta que, dada a extensão territorial dos EUA, a paralisação das atividades por feriados pode impactar economicamente, mas cada setor reage de forma distinta. O varejo e a hotelaria, por exemplo, tendem a apresentar aumento na atividade em feriados, o que ajuda a compensar perdas em outras áreas.

A produtividade, segundo especialistas, deve ser analisada por múltiplas dimensões. Trabalhar menos horas, desde que a produção se mantenha, pode ser benéfico, proporcionando mais tempo livre para trabalhadores e possíveis ganhos sociais e econômicos.

Em resumo, embora a redução de feriados tenha sido adotada por alguns países com o objetivo de alavancar a economia, evidências mostram que o impacto direto sobre o PIB é limitado. Considerações sobre o bem-estar dos trabalhadores e a estrutura econômica de cada país influenciam os resultados dessa prática. A discussão sobre feriados permanece aberta, entre ajustes fiscais e metas de produtividade, sem consenso sobre sua efetividade como medida única para impulsionar o crescimento econômico.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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