O Google não precisará vender o navegador Chrome

O Google não precisará vender o navegador Chrome nem o sistema operacional Android, mas foi obrigado pela Justiça dos Estados Unidos a compartilhar dados de busca com seus concorrentes e a interromper acordos de exclusividade com fabricantes de dispositivos. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (2) pelo juiz Amit Mehta, do Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Columbia, encerrando um processo judicial que dura cinco anos movido pelo Departamento de Justiça dos EUA.
A ordem proíbe o Google de firmar contratos que impeçam fabricantes de celulares, como Samsung e Motorola, de pré-instalar serviços e buscadores de concorrentes em seus aparelhos. Além disso, a empresa terá que dividir dados de buscas, uma medida considerada necessária para promover maior competição no mercado de buscas online.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu a ação em 2020 contra o Google, acusando a empresa de criar barreiras significativas para a entrada de rivais, como o Bing, da Microsoft, e o DuckDuckGo. Segundo o juiz Mehta, as práticas do Google incluem o pagamento de US$ 26,3 bilhões para garantir que o buscador da empresa fosse o padrão em dispositivos móveis, uma estratégia vista como anticompetitiva.
A decisão do juiz destacou que os interesses concorrenciais foram prejudicados pelos acordos entre a Alphabet, controladora do Google, e fabricantes de celulares. Por isso, tais contratos deverão ser interrompidos. O veredito foi classificado pela agência Reuters como a maior vitória do governo americano contra um monopólio nos últimos 20 anos.
Em resposta ao processo, o Google argumentou que sua posição dominante no mercado reflete o desenvolvimento de produtos que atraem consumidores, e que não adotou práticas anticompetitivas. A empresa também afirmou que desde abril de 2024 começou a permitir que parceiros ofereçam buscadores concorrentes em seus dispositivos, flexibilizando a pré-instalação dos serviços.
O caso evidencia o crescente escrutínio sobre as práticas das grandes companhias de tecnologia nos Estados Unidos, sobretudo no que diz respeito à promoção da concorrência e à proteção dos dados dos usuários. A decisão implica mudanças no modo como o Google gerencia sua relação comercial com fabricantes e concorrentes, buscando equilibrar o mercado de buscas online.
A sentença, além de definir que o Google deve colaborar para aumentar a competição, demonstra o esforço das autoridades americanas em coibir práticas consideradas monopolísticas, sem impor a venda ou fragmentação das principais plataformas da empresa.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com