O ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, compareceu nesta terça-feira (27) ao início do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a trama golpista relacionada às eleições de 2022. Ele é o único réu presente na sessão e enfrenta suspeitas de envolvimento em ações contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a segurança das urnas eletrônicas.
Nos últimos dias, ministros da Primeira Turma do STF expressaram a necessidade de analisar com atenção e detalhamento o papel de Paulo Sérgio no caso. A avaliação indica que sua participação pode apresentar nuances distintas em comparação aos demais integrantes do chamado núcleo crucial da trama.
A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontam que o general teria atuado em iniciativas contra o TSE e as urnas eletrônicas, além de participar da elaboração e divulgação de uma minuta golpista após a derrota eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022. Segundo as investigações, Paulo Sérgio teria apresentado essa minuta em reunião com os comandantes das Forças Armadas, aproximadamente uma semana depois de Bolsonaro ter mostrado o documento aos mesmos oficiais.
Entretanto, na fase das alegações finais, a PGR também afirmou que o general teria alertado Bolsonaro sobre a gravidade do conteúdo das minutas apresentadas, indicando uma atitude de preocupação diante do teor das propostas.
A defesa do general argumenta que a reunião com os comandantes das Forças Armadas teve o objetivo de construir um consenso contrário a qualquer medida de exceção, descartando, portanto, a intenção de apoiar ações ilegais ou golpistas.
O julgamento é acompanhado de perto, pois pode resultar na redução da pena de Paulo Sérgio ou até mesmo em sua absolvição, o que o diferenciaria dos demais réus que integram o processo. A avaliação dos ministros aponta que o caso do general demanda uma abordagem mais detalhada, justamente pelas características do seu envolvimento.
O STF analisa o conjunto das provas e depoimentos para definir a gravidade da participação de cada réu na trama que buscava contestar o resultado das eleições presidenciais de 2022. Na sessão, o ministro Alexandre de Moraes ressaltou a força das instituições diante do processo.
O julgamento prossegue com a análise das alegações dos réus e das evidências apresentadas pelas investigações, e deve definir o rumo das punições e das possíveis absolvições.
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Fonte: g1.globo.com
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