Economia

A agropecuária brasileira cresceu 10,1% no segundo trimestre

A agropecuária brasileira cresceu 10,1% no segundo trimestre
  • Publishedsetembro 2, 2025

A agropecuária brasileira cresceu 10,1% no segundo trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior, impulsionando o Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço no setor foi impulsionado principalmente pelo aumento das plantações de milho, soja, arroz, algodão e café.

Em relação ao primeiro trimestre de 2025, a agropecuária apresentou leve recuo de 0,1%. O desempenho positivo no comparativo anual refletiu também o crescimento da pecuária, além do avanço nas principais culturas.

O setor agropecuário representa atualmente 6,5% do PIB, considerando apenas as atividades realizadas “dentro da porteira”, como plantio e criação de animais, segundo o IBGE. Entretanto, quando se inclui a agroindústria e os serviços ligados à produção agropecuária, essa participação chega a 23%, de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Especialistas indicam que a participação do agronegócio no PIB tende a chegar a 29% ainda em 2025, puxada pela colheita e processamento de soja e milho. De acordo com Plinio Nastari, CEO da Datagro Consultoria, o segundo trimestre é marcado principalmente pelo esmagamento da soja para produção de óleo e farelo, enquanto a colheita do grão ocorre majoritariamente no primeiro trimestre. Neste ano, o atraso da colheita empurrou parte dessa atividade para o segundo trimestre.

Os recordes históricos no esmagamento de soja observados entre março e maio, com expectativa de continuidade em junho, refletem essa mudança no calendário. O aumento das exportações brasileiras para a China, decorrente das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, contribui para esse cenário.

A colheita da segunda safra de milho, habitual entre maio e agosto, sofreu atrasos devido a mudanças no plantio da soja e chuvas atípicas em junho, o que deve afetar o PIB principalmente no terceiro trimestre de 2025. Mesmo com o atraso, a previsão é de uma safra recorde de 137,8 milhões de toneladas.

No setor de café, as exportações registraram receitas recordes no segundo trimestre e no acumulado do primeiro semestre. De janeiro a junho, as vendas externas somaram US$ 7,52 bilhões, aumento de 40,6% em relação ao ano anterior, impulsionado pela alta dos preços internacionais. A demanda global maior que a oferta mantém as cotações elevadas.

As novas tarifas norte-americanas, aplicadas a partir de 6 de agosto, estabelecem uma taxa de 50% sobre o café brasileiro, medida que gerou incerteza para o mercado. Segundo Daniel Pinhata, analista da Datagro, apesar desse impacto, o Brasil terá posição privilegiada nas exportações de café arábica no segundo semestre, especialmente para mercados europeu, japonês e chinês.

Por outro lado, o setor de cana-de-açúcar foi afetado pela seca e incêndios registrados em 2024, resultando em queda de 14,5% na produção de açúcar no segundo trimestre de 2025 na comparação anual. A produção de etanol também diminuiu 14,3%, totalizando 9,74 bilhões de litros no período. Economistas destacam que essa queda é resultado do impacto dos eventos climáticos e não deve se repetir nos próximos trimestres.

O panorama indica que o agronegócio brasileiro segue impactado por fatores climáticos e tarifários internacionais, mas ainda apresenta crescimento relevante para a economia nacional. As medidas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos, embora desafiem parte das exportações, podem direcionar o Brasil para ampliar sua presença em outros mercados.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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