O rapper Teto, de 23 anos, falou sobre a evolução do trap e sua carreira, antes de sua apresentação no festival The Town, no sábado (6), em São Paulo. Em entrevista ao g1, ele destacou a maturidade conquistada desde o início da carreira na pandemia, quando fazia lives cantando canções cruas no Instagram, e comentou a produção de um clipe caro ao lado do MC Cabelinho.
Teto, nome artístico de Clériton Sávio Santos Silva, lançou recentemente seu primeiro álbum, “Maior que o tempo”. Ele explicou que nos últimos meses se tornou pai e passou a encarar sua trajetória com outro olhar. “Comecei a pensar diferente. Vejo meu fã hoje como… ‘A gente tá aqui para aprender juntos’. Deixei de ser pivete e virei homem”, disse.
O rapper baiano, que surgir na internet abrindo a câmera para cantar sem usar grandes produções, conquistou espaço no trap brasileiro, gênero caracterizado por batidas graves e letras sobre festas, rotina, modas e desafios sociais. Ele recebeu mensagens de artistas consagrados do gênero, como Quave, que acompanha sua carreira pelas redes sociais.
Teto contou que ganhou o apelido de “Rei das prévias” de forma espontânea, ao abrir lives no Instagram para cerca de 600 seguidores no início da carreira. Ele destacou que, apesar da pouca audiência inicial, viu essa estratégia ajudar no reconhecimento. Também relatou a dificuldade de crescer num cenário em que o rap não tinha tanta força em sua cidade natal, no interior da Bahia.
Sobre o crescimento financeiro, Teto explicou que hoje investe alto nas produções. “Gastar R$ 500 mil num clipe era impossível. Hoje, fiz o clipe com o Cabelinho, gastamos R$ 1 milhão”, afirmou, referindo-se à gravação da faixa “Bala e Fogo”. Esse investimento foi resultado da consolidação da carreira e da produção audiovisual mais elaborada.
Ele relembrou o impacto da pandemia, quando já fazia shows para até 5 mil pessoas sem preparo ou estrutura adequada. A demora para lançar um álbum completo se deveu a uma estratégia inicial de lançar singles, dando tempo para criar um disco mais representativo. O primeiro álbum já apresenta o que ele chama de “um disco que tivesse esse peso”.
Teto também citou as lições do padrinho musical Matuê, como a importância de cuidar da própria carreira e não deixar responsabilidades nas mãos de terceiros. Ambos fazem parte da 30Praum, a maior produtora de trap no Brasil.
O rapper comentou ainda a diversidade do trap nas diferentes regiões do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, mas reforçou a unidade da cultura periférica dentro do gênero. “No final, a gente faz tudo a mesma coisa: reunir a cultura periférica, com o mesmo propósito. Onde tem fã de trap, a gente sabe que vai estar em casa.”
Em 2023, Teto fez uma pausa para lidar com o impacto da fama e mudanças pessoais. Ele mudou para Fortaleza e depois para São Paulo, ficando quase dois anos sem ver a família, o que o afastou de sua realidade. “Foi uma escolha. Sempre fui um cara muito afoito”, afirmou.
Ele revelou ter feito gastos altos, como uma compra de R$ 50 mil em uma loja da Gucci, mas destacou que atualmente prefere valorizar a vida conquistada e agradecer pelos avanços. “Minha condição financeira hoje me permite a viver a vida que eu cantava, que eu pedia, que eu falava. Isso é uma das coisas mais gratificantes.”
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com