O ator Jude Law afirmou neste domingo, durante

O ator Jude Law afirmou neste domingo, durante o Festival de Cinema de Veneza, que não teme repercussões por interpretar o presidente russo Vladimir Putin no filme “The Wizard of the Kremlin”. A produção estreia no evento e apresenta uma versão ficcional da ascensão de Putin ao poder.

Dirigido pelo francês Olivier Assayas, o filme mostra o presidente russo eliminando adversários e consolidando seu domínio com métodos impiedosos. Paul Dano também integra o elenco principal, interpretando Vadim Baranov, um personagem fictício que transita entre artista, produtor de TV e médico de Putin.

Ao ser questionado sobre o receio de possíveis retaliações por assumir o papel, Law afirmou que, embora esperasse não sofrer consequências, não tem medo delas. Ele ressaltou que o filme aborda a trajetória de Putin com nuance e sem buscar controvérsias gratuitas.

Baseado no romance homônimo de Giuliano da Empoli, o roteiro acompanha Baranov enquanto ele trabalha no Kremlin, criando narrativas que misturam verdade, propaganda, fé e manipulação. O personagem abandona seus valores para servir a Putin, que deseja restaurar a influência da Rússia após o fim da União Soviética.

Jude Law explicou que não tentou fazer uma imitação fiel de Putin, mas procurou capturar a essência do líder. Ele comentou que a face pública de Putin revela pouco, o que tornou o trabalho de interpretação um desafio entre mostrar e esconder emoções. “É incrível o que uma boa peruca pode fazer”, disse o ator em tom descontraído.

O diretor Olivier Assayas destacou que o filme vai além da Rússia e reflete o estado atual da política mundial. Para ele, a obra aborda uma situação “assustadora e perigosa”, marcada pela ascensão de líderes autoritários e mudanças profundas no cenário político global.

Jeffrey Wright, que interpreta um escritor dos Estados Unidos no filme, afirmou que espera que a produção seja amplamente vista em seu país. Ele manifestou preocupação com o possível enfraquecimento dos ideais americanos e sugeriu que isso poderia levar a um cenário semelhante ao retratado na trama.

Paul Dano ressaltou que o filme evita simplificações morais ao retratar seus personagens. Ele afirmou que classificar alguém simplesmente como “mau” seria uma redução excessiva e defendeu a exploração das nuances e conflitos internos, mesmo que isso cause desconforto.

“The Wizard of the Kremlin” está entre os 21 filmes que disputam o prêmio Leão de Ouro no Festival de Veneza, cuja cerimônia de premiação está marcada para o dia 6 de setembro.

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Fonte: g1.globo.com