O escritor Luis Fernando Verissimo morreu neste sábado

O escritor Luis Fernando Verissimo morreu neste sábado (30), aos 88 anos, em Porto Alegre, onde estava internado com princípio de pneumonia no Hospital Moinhos de Vento. A morte foi confirmada por seus familiares, que informaram que ele sofria de Parkinson, problemas cardíacos e teve um AVC em 2021.
Verissimo estava internado há cerca de três semanas na UTI. Os problemas de saúde limitaram sua mobilidade e comunicação nos últimos anos. O autor vendeu mais de 5,6 milhões de livros ao longo da carreira e ficou conhecido por personagens como Ed Mort, o analista de Bagé e a velhinha de Taubaté.
Nascido em 26 de setembro de 1936 em Porto Alegre, Luis Fernando era filho do escritor Erico Verissimo. Passou parte da juventude nos Estados Unidos, onde aprendeu a tocar saxofone, hobby que manteve até o fim da vida. Ele desenvolveu sua carreira literária paralelamente, consolidando-se como um dos principais escritores brasileiros.
Verissimo publicou mais de 70 livros e colaborou com colunas para jornais como “O Estado de S.Paulo”, “O Globo” e “Zero Hora”. Antes de lançar seu primeiro livro, “O popular”, em 1973, trabalhou como revisor e em outras funções jornalísticas no jornal “Zero Hora” desde 1966.
Casado por mais de 50 anos com Lucia Verissimo, com quem teve três filhos, ele viveu na casa onde cresceu em Porto Alegre, no bairro Petrópolis. A residência, comprada pelo pai em 1941, mantém intacto o escritório de Erico Verissimo. Luis Fernando escrevia cercado de livros, mantendo o saxofone e uma coleção de discos de jazz em outro cômodo da casa.
Seu trabalho se destacou pelo humor presente em contos e crônicas. Criou personagens que marcaram sua obra, como os de “Ed Mort e outras histórias” (1979), “O analista de Bagé” (1981) e “A velhinha de Taubaté” (1983). Também produziu a tirinha “As cobras” nos anos 1970 e escreveu “Comédias da vida privada” (1994), que virou série na Rede Globo.
Entre os sucessos mais recentes estavam “Comédias para se ler na escola” e “As mentiras que os homens contam” (2000). Seu último lançamento foi o livro “Diálogos impossíveis” em 2012, no qual imaginava conversas entre personagens improváveis. No mesmo ano, também lançou o quinto disco de sua banda Jazz 6, com a qual tocava saxofone desde 1995.
Além da literatura, Verissimo demonstrava interesse pelo jazz e pelo futebol, principalmente pelo time Internacional. Ele escreveu o livro “Internacional, Autobiografia de uma Paixão” e acompanhou partidas desde sua infância. Cobre Copas do Mundo desde 1986, quando lamentou a eliminação do Brasil nas quartas de final.
O escritor destacou partidas e títulos do Internacional, incluindo o tricampeonato invicto em 1979 e o Mundial de Clubes de 2006. Sobre este último, escreveu a crônica “Não me acordem”, celebrada pelos torcedores do time gaúcho.
Luis Fernando Verissimo mantinha comportamento reservado, com poucas declarações públicas. Em entrevistas, comentou sobre seu estilo introspectivo e a circulação de textos falsos atribuídos a ele na internet. Durante a Festa Literária de Paraty, em 2012, ressaltou que é impossível controlar o que circula na rede.
Sua obra deixa legado como um dos escritores mais influentes do Brasil, reconhecido pela qualidade literária, humor e contribuição ao jornalismo cultural.
—
Palavras-chave relacionadas: Luis Fernando Verissimo, escritor brasileiro, literatura brasileira, Ed Mort, o analista de Bagé, a velhinha de Taubaté, jazz, futebol, Internacional, Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre, obras literárias, Parkinson, AVC, humor, crônicas brasileiras.
Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com