Economia

Uma megaoperação realizada nesta segunda-feira (28) revelou

Uma megaoperação realizada nesta segunda-feira (28) revelou
  • Publishedagosto 29, 2025

Uma megaoperação realizada nesta segunda-feira (28) revelou o envolvimento da facção criminosa PCC em um esquema de adulteração de combustíveis no Brasil, utilizando metanol misturado à gasolina e etanol para reduzir custos. A intermediação da organização incluía a importação do metanol, que é mais barato e menos tributado, para adulterar os combustíveis vendidos em postos.

O metanol é um subproduto do gás natural e possui custo inferior ao dos combustíveis automotivos. Além disso, sua dissolução nos combustíveis é difícil de ser detectada em testes comuns, ao contrário da água, que é facilmente identificada. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) permite até 0,5% de metanol na mistura, porém a investigação apontou adulteração com até 90% do composto em alguns locais.

De acordo com o engenheiro mecânico Ricardo Abreu, a presença de pequenas quantidades de metanol é admitida por poder ser subproduto do processo de produção do etanol, mas sua adição intencional não é permitida. Segundo ele, o metanol não deve substituir o etanol devido às diferenças de matéria-prima e rendimento energético.

A produção de etanol ocorre por fermentação da cana-de-açúcar, enquanto o metanol é sintetizado a partir do gás metano. O etanol possui cerca de 25% mais energia por litro do que o metanol, o que implica em menor autonomia para veículos abastecidos com combustível adulterado. “Se o consumidor abastecer com metanol no lugar do etanol, ele terá 25% menos energia e rodará menos”, explica Abreu.

Além da redução de desempenho, o metanol em excesso pode causar problemas mecânicos nos veículos. Ele provoca superaquecimento do motor ao alterar a mistura de combustível para uma condição “pobre”, aumentando a temperatura e danificando válvulas e velas de ignição. O composto também é corrosivo, atacando plástico, borracha, tubulações e tanques, o que demanda substituição frequente dessas peças.

O uso do metanol adulterado também gera maior emissão de poluentes e representa riscos ambientais devido à sua toxicidade. Em caso de derramamento, o metanol penetra no solo e contamina o lençol freático, afetando fontes de água.

Existem diferentes tipos de metanol: o cinza, mais comum, é obtido do gás natural ou carvão, sem características renováveis; o azul, que incorpora tecnologias de captura de carbono; e o verde, produzido com fontes de energia renovável e considerado mais sustentável. Apesar dos avanços, nenhum dos tipos é aprovado para uso como combustível automotivo comum.

Historicamente, o metanol foi utilizado na Fórmula Indy até 2022, quando a categoria migrou para o etanol 100% renovável. Seu emprego no automobilismo mostrou vantagens de desempenho, mas os problemas com corrosão inviabilizaram seu uso em veículos comuns.

A megaoperação seguida das investigações demonstra riscos à segurança dos veículos e à saúde dos consumidores, além de prejuízos ao meio ambiente. A queda no orçamento da ANP nos últimos cinco anos, reduzido a 20% do valor anterior, limita a fiscalização e abre espaço para práticas ilegais no mercado de combustíveis.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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Caio Marcio

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