O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (26) que o Brasil não tem pressa para adotar medidas de reciprocidade contra os Estados Unidos após a imposição, por Washington, de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados ao mercado norte-americano. Lula destacou que o governo brasileiro prefere negociar para resolver o impasse, e que a parte norte-americana ainda não se mostrou aberta ao diálogo.
Em entrevista à Rádio Itatiaia, o presidente afirmou que o Brasil busca uma solução negociada para a questão das tarifas, mas criticou a falta de disposição do governo dos EUA para discutir o tema. Segundo ele, o país não pretende reagir de forma imediata ou abrupta.
Na quinta-feira (25), o Ministério das Relações Exteriores encaminhou à Câmara de Comércio Exterior o pedido para analisar a aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica contra os Estados Unidos. A lei permite que o Brasil adote medidas equivalentes contra países que aplicam barreiras comerciais consideradas injustas aos produtos brasileiros.
A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos entrou em vigor neste mês e afeta diversos produtos exportados pelo Brasil, em especial os do setor agrícola. A medida foi anunciada como resposta a subsídios concedidos pelo Brasil à indústria local, que, segundo Washington, prejudicam a competição no mercado norte-americano.
Até o momento, os Estados Unidos não apresentaram sinais de abertura para negociações diretas que possam resolver o conflito tarifário. O governo brasileiro, por sua vez, mantém o interesse em buscar um acordo que evite maiores prejuízos ao comércio bilateral.
Analistas apontam que a adoção da Lei da Reciprocidade Econômica pode levar a um aumento nas tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, impactando exportadores de setor agrícola e industrial. No entanto, o presidente Lula reforça a estratégia de usar o instrumento apenas como último recurso, privilegiando o campo diplomático.
O impasse tarifário ocorre em um momento de esforços mútuos para ampliar o comércio entre os dois países, que possuem relações comerciais robustas há anos. A decisão de não agir com pressa busca evitar uma escalada que possa prejudicar setores econômicos de ambos os lados.
A Câmara de Comércio Exterior deve analisar nos próximos dias se a situação justifica a aplicação da reciprocidade econômica, com base em estudos técnicos e impacto sobre as exportações brasileiras. O resultado desse processo poderá definir os próximos passos do governo na relação com os Estados Unidos.
Reportagem em atualização.
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Fonte: g1.globo.com
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