Economia

Dois profissionais foram demitidos após postagens nas redes

Dois profissionais foram demitidos após postagens nas redes
  • Publishedagosto 28, 2025

Dois profissionais foram demitidos após postagens nas redes sociais em que criticavam o modelo presencial de trabalho, refletindo um cenário de retomada do expediente presencial e redução do home office em várias empresas brasileiras.

Wanderley Bueno, ex-coordenador de segurança da informação, publicou um desabafo no WhatsApp sobre a lotação dos trens e a dificuldade de deslocamento, enquanto gestores teriam comodidades para trabalhar de casa. Pouco tempo depois, ele foi afastado das funções e demitido por quebra de confiança. Já Jenifer Matias, especialista em gestão de risco e compliance, relatou no LinkedIn a experiência traumática de ficar quatro horas presa no metrô durante um incidente, defendendo o home office. Foi advertida e depois demitida, também sob alegação de insatisfação com a empresa, embora não tenha mencionado o nome da companhia.

Ambos os casos ilustram a disputa entre trabalhadores e empresas sobre o modelo de trabalho. Em 2024, várias companhias têm reduzido vagas remotas e cobrado maior presença física, motivadas por dúvidas sobre produtividade e desejo de reforçar a cultura organizacional. Isso gerou aumento de reclamações públicas nas redes sociais, que algumas empresas interpretam como desrespeito ou desalinhamento, resultando em demissões.

Especialistas em recursos humanos afirmam que a maioria desses conflitos poderia ser evitada com diálogo interno. Leyla Nascimento, da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), destaca que postagens nas redes muitas vezes expressam insatisfação, devendo ser usadas para melhorar o ambiente de trabalho, e que demissões devem ser medidas extremas, não primeiras opções.

No aspecto jurídico, a advogada Elisa Alonso explica que demissões relativas a postagens dependem do conteúdo e do impacto na imagem da empresa. Caso a publicação exponha informações sigilosas ou viole regras internas, a empresa pode aplicar sanções incluindo demissão por justa causa. Quando a manifestação é respeitosa e não afeta diretamente a organização, a demissão costuma ocorrer sem justa causa, com direito a verbas rescisórias, como ocorrera com Wanderley e Jenifer.

O advogado trabalhista Affonso Garcia Moreira Neto reforça que a liberdade de expressão é protegida, porém não absoluta, sendo necessário responsabilidade ao publicar conteúdos. Ele alerta que há casos de indenizações por demissões consideradas abusivas, especialmente quando há evidências de perseguição ou dano moral.

As empresas têm o direito de estabelecer políticas claras sobre o uso das redes sociais pelos funcionários, segundo a advogada Adriana Faria, desde que essas regras estejam previstas em contrato ou documentos internos, e não sejam abusivas ou genéricas.

O debate sobre o fim do home office ganha destaque diante da decisão de grandes empresas, como Amazon e Dell, de restringir o trabalho remoto. Levantamentos indicam queda na taxa de vacância de imóveis comerciais e aumento das vagas presenciais ou híbridas. Pesquisas apontam insegurança quanto à produtividade remota, excesso de reuniões e dificuldades de liderança como desafios nesse modelo.

No entanto, muitos profissionais veem o retorno ao presencial como inviável, pelas dificuldades de deslocamento, segurança e impacto na rotina familiar. Dados de 2024 indicam que 15,7% dos pedidos de demissão voluntária no país foram motivados pela falta de flexibilidades no trabalho, e 21,7% pela dificuldade de locomoção.

Enquanto o home office oferece autonomia e melhora o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a pressão pela volta ao escritório tem gerado crescimento do turnover e conflitos nas relações de trabalho. Especialistas apontam que empresas devem aprimorar o diálogo e as políticas internas para lidar com esse cenário complexo.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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