O setor de serviços não financeiros no Brasil

O setor de serviços não financeiros no Brasil alcançou em 2023 o terceiro recorde consecutivo no número de trabalhadores, com 15,2 milhões de pessoas ocupadas, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (27). Embora o total de empregos tenha crescido 17,2% em dez anos, a remuneração média mensal dos trabalhadores diminuiu de 2,4 para 2,3 salários-mínimos no mesmo período.
A Pesquisa Anual de Serviços (PAS) do IBGE mostra que o setor é composto por 1,7 milhão de empresas, responsáveis por R$ 3,2 trilhões em receita operacional líquida e R$ 1,9 trilhão em valor adicionado à economia. Esses números indicam a dimensão econômica relevante do setor, que também destinou R$ 592,5 bilhões ao pagamento de salários, retiradas e outras formas de remuneração em 2023, mais que o dobro do total registrado em 2014.
Apesar do aumento no total de recursos destinados à remuneração, o valor médio pago aos trabalhadores não cresceu na mesma proporção, mantendo-se estável em torno de 2,2 a 2,3 salários-mínimos nos últimos anos. A exceção é o segmento dedicado a “outras atividades de serviços”, que abrange apoio à agricultura, serviços financeiros auxiliares e tratamento de resíduos, e que viu seu salário médio crescer de 2,9 para 3,6 salários-mínimos entre 2014 e 2023.
O setor de serviços tem se tornado mais fragmentado. A concentração de mercado, medida pela participação das oito maiores empresas (R8), caiu de 9,5% em 2014 para 6,6% em 2023, o menor índice da série histórica. Isso indica que o setor está menos dominado por grandes empresas, com variações na participação das receitas por segmento.
O avanço na concentração foi registrado nas áreas de tecnologia da informação (6,7% para 11,2%), serviços auxiliares financeiros, seguros e previdência complementar (2,8% para 5,3%) e serviços técnicos-profissionais (10,5% para 12,6%). Por outro lado, houve queda nos setores de telecomunicações, transporte rodoviário de passageiros e serviços audiovisuais.
A maior parte da mão de obra, cerca de 47%, está concentrada em cinco atividades específicas, com destaque para os serviços de alimentação, que mantêm a liderança em emprego mesmo após a queda provocada pela pandemia de Covid-19.
O recorte regional indica que o Sudeste concentra 64,4% da receita bruta gerada pelo setor de serviços, seguido pelo Sul com 14,9% e o Nordeste com 10,1%. O Centro-Oeste e o Norte registraram as menores participações, com 7,9% e 2,7%, respectivamente.
Além disso, o Sudeste lidera no quesito remuneração média, pagando cerca de 2,6 salários-mínimos, enquanto o Nordeste apresenta o menor salário médio, com 1,6 salários-mínimos. São Paulo é o principal centro econômico e empregador do setor na Região Sudeste.
Em resumo, o setor de serviços brasileiro mostrou crescimento consistente no emprego ao longo da última década, mas a remuneração média dos trabalhadores evoluiu pouco, com oscilações setoriais e regionais. A maior pulverização do mercado reflete mudanças estruturais nas dinâmicas do setor.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com