O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou sua pressão sobre a economista Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed), nesta segunda-feira (25), ao sugerir sua substituição por pessoas “muito boas”. A tentativa gerou dúvidas sobre a independência do banco central americano, instituição essencial para a economia global.
Trump aplicou uma acusação de fraude hipotecária contra Cook para justificar sua destituição, embora a Lei do Federal Reserve permita a remoção de dirigentes apenas por “justa causa”. Especialistas destacam que a acusação trata de eventos anteriores à nomeação de Cook e não se enquadra como motivo válido para a demissão.
A estratégia do presidente americano busca assegurar uma maioria no conselho do Fed para influenciar decisões sobre a política de juros, tema que Trump pressiona desde o início de seu mandato. Ele defende a redução dos juros para estimular a economia, apesar do risco que isso representa para o controle da inflação.
Analistas apontam que a tentativa de Trump faz parte de um padrão político de interferência nas instituições americanas, refletindo um enfraquecimento da estabilidade político-econômica do país. Já o estrategista William Castro Alves observa que o Fed tem mantido sua independência, o que explica a reação contida dos mercados até o momento.
Caso Trump alcance maioria no conselho do Fed, poderá indicar dirigentes alinhados às suas ideias, o que pode enfraquecer a autonomia técnica do banco central. Isso reduziria a confiança dos investidores na política monetária americana, elevando o custo do crédito e impactando a valorização do dólar.
A desvalorização do dólar e a alta das taxas de juros longos já indicam incertezas causadas por temores sobre o comprometimento do Fed. Economistas afirmam que a perda de credibilidade pode encarecer empréstimos e afetar a estabilidade financeira nos EUA e no exterior.
No Brasil, a queda do dólar frente ao real e outras moedas emergentes decorre, em parte, do enfraquecimento da moeda americana. Isso beneficia o país ao reduzir o custo de importação de insumos e produtos, ajudando a conter a alta dos preços e pressionando a inflação para baixo.
Com a inflação controlada, o Banco Central brasileiro pode ter espaço para reduzir a taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, o que estimulam consumo e investimentos. A medida pode contribuir para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Mesmo com a disputa envolvendo o Fed, a instituição americana mantém seu papel fundamental na economia global, e o cenário permanece incerto quanto ao impacto das pressões políticas sobre sua autonomia. O desenrolar do caso será acompanhado de perto por mercados e governos em todo o mundo.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com