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O filme brasileiro “O Último Azul”, dirigido pelo

  • Publishedagosto 27, 2025

O filme brasileiro “O Último Azul”, dirigido pelo pernambucano Gabriel Mascaro, estreia nesta quinta-feira (28) nos cinemas e retrata a distopia do etarismo em uma colônia de exílio para idosos na região amazônica. A produção foi premiada com o Urso de Prata no Festival de Berlim e aborda a luta pela autonomia diante de uma legislação que determina o isolamento de pessoas com mais de 75 anos.

A história acompanha Tereza (Denise Weinberg), uma faxineira de 77 anos que vive em uma indústria frigorífica de jacarés e recebe a ordem de se transferir para a colônia habitacional destinada aos idosos exilados. A lei, alterada para reduzir a idade mínima para o exílio de 80 para 75 anos, força Tereza a enfrentar seu próximo destino enquanto tenta realizar o sonho de voar de avião.

Durante sua jornada, Tereza cruza os rios amazônicos e encontra o caracol baba-azul, cuja gosma azulada, segundo a narrativa, tem o poder de revelar o futuro ou os desejos reprimidos de quem a utiliza. Essa metáfora permeia os diálogos e as reflexões do filme, que trata de temas como liberdade, envelhecimento, livre-arbítrio e poder.

A fotografia de Guillermo Garza destaca o cenário amazônico com enquadramentos minuciosos e cenas que combinam beleza e brutalidade, como uma luta entre peixes que se transforma em momento poético. O cenário do filme inclui elementos visuais como cartazes oficiais que mascaram o autoritarismo e pichações de protesto contra o exílio dos idosos.

Além de Tereza, o longa apresenta personagens que enriquecem a trama, como Cadu (Rodrigo Santoro), um barqueiro que contrasta sua aparência machista com uma sensibilidade inesperada; Ludemir (Adalino), proprietário de uma aeronave ilegal; e Roberta (Miriam Socarrás), uma vendedora de Bíblias digitais que não acredita no conteúdo que comercializa. A relação entre Tereza e Roberta desafia estereótipos sociais e questões relacionadas ao envelhecimento e à condição da mulher idosa.

A atuação de Denise Weinberg é destacada como central para a narrativa, enquanto Miriam Socarrás e Rodrigo Santoro também são elogiados por suas performances. O roteiro, assinado por Mascaro e Tibério Azul, mantém o interesse do espectador ao mesclar uma crítica social com uma narrativa poética e envolvente.

“O Último Azul” propõe não apenas uma reflexão sobre o envelhecimento, mas também sobre o sentido da vida em um contexto de exclusão social e controle governamental. A produção utiliza elementos simbólicos para questionar estruturas de poder e autoresponsabilidade, tornando-se uma obra que estimula debates sobre o futuro da sociedade.

Premiado internacionalmente, o filme brasileiro entra na disputa para representar o país na corrida pelo Oscar 2026, reforçando o compromisso do cineasta Gabriel Mascaro em abordar temas sociais contemporâneos por meio de uma estética singular.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Vitor Souza

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