Economia

Brasil fortalece indústria com investimento em terras raras

Brasil fortalece indústria com investimento em terras raras
  • Publishedagosto 26, 2025

O presidente Donald Trump afirmou nesta segunda-feira (25) que a China precisa fornecer ímãs aos Estados Unidos ou enfrentará uma tarifa de 200% sobre produtos chineses, em meio à disputa comercial e tecnológica entre as duas maiores economias globais. A declaração reforça a tensão que envolve o controle sobre metais estratégicos, especialmente as terras raras, essenciais para tecnologias avançadas.

As terras raras são um conjunto de 17 elementos químicos utilizados na fabricação de smartphones, veículos elétricos, turbinas eólicas, equipamentos médicos, foguetes e armamentos. Os ímãs produzidos a partir das ligas de neodímio e samário são fundamentais para a eficiência desses dispositivos, com o disprósio sendo usado para garantir estabilidade térmica em aplicações de alta performance.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o Brasil possui a segunda maior reserva mundial de terras raras, estimada em cerca de 21 milhões de toneladas, ficando atrás apenas da China, país que domina a extração e o refino desses minerais. Apesar do potencial, o Brasil ainda exporta grande parte desses recursos de forma bruta, sem transformá-los em produtos industriais de maior valor agregado.

O Ministério de Minas e Energia (MME) reconhece a necessidade de investir em tecnologia para o desenvolvimento da cadeia produtiva no país. Diversas iniciativas estão em andamento, como o Projeto MagBras, do SENAI, que busca criar uma cadeia de produção de ímãs permanentes para setores como veículos elétricos, energia renovável e eletrônicos.

Além disso, há um fundo de participação de R$ 1 bilhão destinado à pesquisa mineral, com foco em empresas juniores, e debêntures incentivadas para projetos que envolvem a transformação de minerais estratégicos. Uma chamada pública de R$ 5 bilhões, realizada pelo BNDES, FINEP e MME, também visa fomentar a criação de plantas industriais e planos de negócio na área.

O Serviço Geológico Brasileiro (SGB) desenvolve estudos para mapear as reservas de terras raras no país e avaliar o reaproveitamento de rejeitos de mineração, buscando ampliar o potencial exploratório de forma sustentável. Essas ações fazem parte de uma estratégia para posicionar o Brasil como um player relevante na indústria global desses minerais.

A disputa pelos metais estratégicos reflete-se em acordos internacionais. Este ano, os Estados Unidos firmaram parceria com a Ucrânia para explorar o potencial mineral daquele país. Trump também mencionou a possibilidade de um acordo temporário com a China para o fornecimento de ímãs e terras raras, embora não haja confirmação oficial por parte do governo chinês.

Especialistas apontam que, apesar dessas negociações, a China mantém a vantagem pelo controle da tecnologia e das patentes que envolvem o processamento dessas matérias-primas. O professor de geopolítica da Escola Superior de Guerra (ESG), Ronaldo Carmona, destaca a importância de o Brasil adotar uma estratégia semelhante à da China para tratar minerais críticos como ativos de interesse nacional.

As terras raras são, portanto, elementos-chave para a indústria e a economia global, tornando-se foco de políticas nacionais e tensões internacionais. O desenvolvimento da cadeia produtiva desses minerais no Brasil é visto como fundamental para a inserção do país em um mercado estratégico diante das mudanças nas relações comerciais mundiais.

Palavras-chave relacionadas:

– Terras raras
– Ímãs de neodímio
– Disputa comercial Estados Unidos-China
– Metais estratégicos
– Extração mineral Brasil
– Projeto MagBras
– Ministério de Minas e Energia
– Serviço Geológico Brasileiro
– Tecnologia de processamento de minerais
– Parceria mineral EUA-Ucrânia

Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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