Data centers de IA no Brasil: demanda energética cresce com projetos futuros

Data centers que suportam serviços de inteligência artificial podem consumir energia equivalente à utilizada por milhões de residências, devido à necessidade contínua de operação e refrigeração dos equipamentos. No Brasil, embora ainda não existam data centers dedicados à inteligência artificial em funcionamento, quatro projetos apontam para um aumento significativo do consumo energético no futuro.

Um data center é um local que armazena e processa informações, dividido em tipos que atendem a serviços na nuvem ou ao treinamento de modelos de IA. Enquanto os de nuvem normalmente usam sistemas de resfriamento a ar, os data centers de IA exigem refrigeração líquida, geralmente por água ou óleo, para lidar com o calor gerado pelos chips de processamento modernos.

O funcionamento 24 horas desses centros demanda um fornecimento energético estável. Para assegurar essa continuidade, algumas empresas implementam geradores próprios e subestações de energia dedicadas. O volume de dados necessário para treinar algoritmos de IA é alto, e o processamento intensivo resulta em maior consumo energético e geração de calor.

O sistema de resfriamento a água nos data centers de IA causa preocupação devido ao elevado consumo hídrico. Um estudo da Universidade da Califórnia, em Riverside, aponta que realizar até 50 perguntas no ChatGPT pode exigir até meio litro de água para refrigeração. Isso evidencia o impacto ambiental associado ao funcionamento dessas infraestruturas.

No Brasil, atualmente existem cerca de 180 data centers, todos voltados para serviços de nuvem e processamento convencional, sem foco em inteligência artificial. Entretanto, quatro projetos em desenvolvimento indicam que haverá expansão para data centers de IA no país. Estima-se que esses centros possam consumir energia equivalente à usada por 16,4 milhões de residências, o que levanta questões sobre sustentabilidade e planejamento energético.

Os data centers operam com equipamentos de alta tecnologia que armazenam, processam e distribuem dados em grande escala. O controle da temperatura é essencial para manter a performance e evitar falhas, justificado pelo uso de tecnologias de resfriamento específicas para cada tipo de equipamento.

Assim, o crescimento da inteligência artificial impulsiona a demanda por data centers mais robustos, com impactos significativos no consumo de energia e recursos naturais. A expansão desses centros deve ser acompanhada por estratégias para mitigar os efeitos ambientais e garantir a eficiência dos sistemas.

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Fonte: g1.globo.com