Produção de tomate no ES sofre queda por impacto do frio

O frio prolongado nas regiões produtoras do Espírito Santo tem atrasado a maturação do tomate e causado queda na produção, elevando os preços no mercado local. A situação ocorre desde o início do inverno, especialmente em Afonso Cláudio e Venda Nova do Imigrante, principais polos de cultivo do estado.

As temperaturas mínimas nesses municípios chegaram a 9,7ºC e 6,1ºC, abaixo do limite tolerado pelas plantas, que precisam de pelo menos 10ºC para o desenvolvimento adequado. Isso fez o ciclo de colheita se estender de 70 para 90 dias, reduzindo a frequência das colheitas e a quantidade de frutos maduros.

Produtores da região relatam queda significativa na produção. Bruno Cesconetto, cultivador de tomate-cereja, estima que a safra deste ano será cerca de 35% menor em comparação ao ano anterior, que produziu cerca de 380 toneladas. Segundo ele, as temperaturas baixas e prolongadas, que ultrapassam 90 dias seguidos, dificultam o crescimento das plantas e comprometem a oferta para datas de alta demanda, como o Natal.

O aumento do preço do tomate no estado reflete a redução na oferta. Em Vitória, o custo para 9 kg do produto subiu de R$ 58 para R$ 97 entre os meses de maio e junho, conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Contudo, produtores alertam que o faturamento se mantém estável, já que a diminuição da produção compensa o preço maior.

O Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) destaca a necessidade de cuidados específicos no manejo das plantas, incluindo controle nutricional, para mitigar os efeitos do clima. A adoção de estufas surge como alternativa para controlar a temperatura e reduzir a incidência de pragas e doenças, criando um ambiente favorável ao cultivo.

Apesar dos desafios, a tecnologia utilizada no plantio de tomate no Espírito Santo tem avançado. O estado é reconhecido nacionalmente pela qualidade e produtividade do fruto, que abastece não só o mercado local, mas também outras regiões do país.

A continuidade do frio nas áreas produtoras permanece como um desafio para agricultores e consumidores, como alerta a diminuição na oferta para datas comemorativas, potencialmente afetando a economia local e o abastecimento.

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Fonte: g1.globo.com