Economia

ExpoZebu destaca genética do zebu na pecuária brasileira

ExpoZebu destaca genética do zebu na pecuária brasileira
  • Publishedagosto 24, 2025

Em maio de 2024, cerca de 400 mil pessoas e 2,5 mil cabeças de gado se reuniram em Uberaba, Minas Gerais, para a ExpoZebu, feira que destaca a raça zebu, principal responsável pelo Brasil se tornar o maior exportador mundial de carne bovina. O evento mostra o avanço genético do gado zebu, adaptado ao clima tropical e fundamental para a expansão da pecuária brasileira.

O zebu, raça originária da Índia, foi introduzido no Brasil no final do século 19 para substituir o gado crioulo europeu, que apresentava dificuldades de adaptação ao calor e às doenças. O zebu é mais resistente, possui patas mais longas, metabolismo mais eficiente e cílios longos que protegem os olhos do sol e da poeira. Essas características permitiram a criação de uma raça nacional, o induzebu ou indubrasil, dominante no Brasil desde o século 20.

Durante a ExpoZebu, produtores exibem exemplares selecionados geneticamente para melhorar a qualidade da carne. A feira inclui julgamentos e leilões que movimentam milhões de reais. O touro Gabriel, por exemplo, tornou-se famoso por gerar 600 mil bezerros com seu sêmen, evidenciando a importância da genética na produção de carne no país.

A pecuária brasileira cresceu em resposta à demanda global, impulsionada durante as duas guerras mundiais, quando a Europa buscava suprimentos para alimentação e materiais militares. A partir da década de 1970, com o apoio da Embrapa, a pecuária se modernizou, incorporando pesquisas que aumentaram a produtividade, desde pastagens adaptadas ao calor até alimentação à base de soja.

Esse avanço consolidou o setor como peça-chave da economia brasileira, gerando influência política significativa, exemplificada pela chamada bancada BBB, que defende interesses do agronegócio, armas e grupos evangélicos. A carne bovina ultrapassou o café e o açúcar como principal produto de exportação.

O baixo custo de produção também ajuda a manter o crescimento das exportações, já que o Brasil aposta na criação a pasto, com mão de obra relativamente barata. Além disso, o consumo interno, impulsionado por tradições como o churrasco de domingo, fortalece o mercado doméstico.

Apesar dos benefícios econômicos, a expansão da pecuária zebu também levanta questões ambientais. A produção gera metano, um gás de efeito estufa com impacto climático significativo. Além disso, a criação de gado demanda grandes áreas de pasto, muitas vezes obtidas por meio do desmatamento na Amazônia.

Por outro lado, a genética do zebu permite ciclos mais curtos e carne produzida com menor emissão de metano por quilo. Essa eficiência ambiental relativa torna a raça uma opção importante para a pecuária em regiões de clima tropical, onde outras raças têm desempenho inferior.

A transferência da pecuária para regiões menos sensíveis do Brasil, como o sul, enfrenta barreiras políticas e econômicas locais, já que a criação de gado é fonte essencial de renda e arrecadação em áreas amazônicas.

Diante do cenário global de aumento das temperaturas, especialistas acreditam que a genética brasileira poderá ajudar outros países a adaptar sua produção de carne, ampliando o uso do zebu fora do Brasil. Assim, as chamadas “supervacas” brasileiras podem contribuir para alimentar uma população mundial crescente, embora nem todos consumam carne produzida no país.

O Brasil, que exportou 2,9 milhões de toneladas de carne bovina em 2024, busca manter e expandir seu mercado, equilibrando ganhos econômicos e desafios ambientais na cadeia da pecuária.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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