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Cantora britânica combate álbuns falsos por IA no Spotify

Cantora britânica combate álbuns falsos por IA no Spotify
  • Publishedagosto 24, 2025

A cantora britânica Emily Portman descobriu em março um álbum falso atribuído a ela, criado com inteligência artificial e disponível em plataformas digitais como Spotify e iTunes. O disco, chamado *Orca*, continha dez faixas que imitavam seu estilo folk, mas que não foram lançadas pela artista de Sheffield, premiada em 2013 pelo BBC Folk Award.

Portman identificou o álbum após receber um elogio de um fã sobre um novo trabalho seu, que ela desconhecia. Ao acessar o link enviado, percebeu que a voz e a instrumentação soavam estranhas, embora a IA tenha reproduzido um estilo próximo ao seu. Ela afirmou que o álbum, apesar da boa produção, parecia “vazio e perfeito demais”, sem o toque humano que caracteriza sua música.

Além do *Orca*, outro álbum falso com 20 faixas instrumentalmente genéricas foi disponibilizado também sob seu nome. A cantora entrou com um processo judicial para remover os conteúdos e questionou a demora das plataformas de streaming, principalmente do Spotify, que levou três semanas para retirar o material. Até o momento, ela não conseguiu recuperar o controle total de seu perfil na plataforma.

A música gerada por inteligência artificial vem crescendo na internet, mas costuma ser associada a perfis fictícios ou grandes estrelas, nunca aparecendo oficialmente em páginas dos artistas reais. No entanto, a geração de álbuns falsos por IA para artistas independentes, como Portman, é uma nova tendência preocupante, destacando a ausência de proteção legal eficaz contra essas práticas.

Outro músico afetado é o produtor e compositor nova-iorquino Josh Kaufman, conhecido por sua participação no álbum *Folklore*, de Taylor Swift. Ele também teve faixas falsas publicadas em seu nome, como a canção *Someone Who’s Love Me*, que soava como uma demo de baixa qualidade com letras desconexas em inglês. Kaufman descreveu a situação como “constrangedora” e enfatizou a importância da autenticidade na música, criticando a operação dos fraudadores e solicitando maior ação das plataformas.

Outros artistas do gênero folk-rock e Americana, incluindo Jeff Tweedy, Father John Misty, Iron & Wine, Teddy Thompson e Jakob Dylan, foram alvos da mesma fonte de álbuns falsos lançados com arte gerada por IA. Essas faixas receberam créditos falsos a compositores e gravadoras, incluindo nomes de origem indonésia, indicativos de um esquema organizado para monetização ilícita.

O Spotify reconheceu o problema, informando que removeu rapidamente os álbuns após denúncias e alertou os distribuidores responsáveis, ressaltando sua política contra personificação. A empresa afirmou que tomará medidas contra quem permitir repetidamente esse tipo de conteúdo em sua plataforma. No entanto, a artista Emily Portman criticou a alegação do Spotify de que os falsos lançamentos foram vinculados a outro perfil com o mesmo nome, já que suas músicas falsas nunca foram adicionadas neste perfil alternativo.

Especialistas do setor apontam que a facilidade de produção de música por IA torna os ouvintes mais vulneráveis a conteúdos fraudulentos, especialmente em artistas menos conhecidos, cujo monitoramento é mais limitado. A Midia Research destaca que, apesar dos esforços de streaming e distribuidores para identificar e retirar tais conteúdos, o problema persiste e exige ação conjunta das plataformas, criadores e usuários.

O caso mais extremo envolve materiais falsos atribuídos a Blaze Foley, cantor country morto em 1989. O proprietário da gravadora Lost Art Records classificou a música gerada por IA como “baboseira” que pode prejudicar a memória do artista e confundir novos ouvintes.

Emily Portman afirmou que o episódio reforçou sua crença na importância da criatividade humana, ressaltando que está atualmente produzindo um álbum solo legítimo, cujo processo demanda investimento financeiro e dedicação artística. Para ela, a autenticidade e o toque humano na música são insubstituíveis, e espera que a indústria reaja para proteger os criadores reais contra a proliferação de produções feitas por inteligência artificial.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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