Miguel Proença, pianista brasileiro de reconhecimento internaci

Miguel Proença, pianista brasileiro de reconhecimento internacional, morreu aos 86 anos na noite de 22 de agosto de 2025, no Hospital São Vicente, no Rio de Janeiro (RJ). Ele sofreu falência múltipla dos órgãos, segundo informaram amigos próximos.
Nascido em 27 de março de 1939, em Quaraí, no Rio Grande do Sul, Proença iniciou os estudos de piano ainda na infância e narrou que sentiu paixão pelo instrumento ao ouvir seu som pela primeira vez na cidade. Essa ligação com o piano orientou toda sua trajetória artística e profissional.
Antes de alcançar reconhecimento mundial, Proença tocou em bares, clubes e festas no sul do Brasil. Na adolescência, aprofundou os estudos musicais em Hamburgo e Hannover, na Alemanha, onde também realizou concertos. Após o retorno ao Brasil, fixou-se no Rio de Janeiro, base de suas atividades profissionais.
Ao longo de sua carreira, que durou mais de seis décadas, Proença dedicou-se à interpretação da música erudita brasileira. Gravou obras de compositores como Alberto Nepomuceno, César Guerra-Peixe, Edino Krieger, Ernesto Nazareth, Oscar Lorenzo Fernández, Radamés Gnattali e Heitor Villa-Lobos. Em 2005, lançou o álbum “Piano Brasileiro”, uma coletânea de dez CDs com uma seleção representativa de seu repertório.
Além da carreira como intérprete, Miguel Proença atuou como educador e gestor cultural no Rio de Janeiro. Foi diretor da Sala Cecília Meireles entre 1987 e 2018, intercalando dois mandatos. Conduziu a Escola de Música Villa-Lobos e exercceu o cargo de Secretário Municipal de Cultura da cidade entre 1983 e 1988. Nesse período, fundou a Orquestra de Câmara da Cidade do Rio de Janeiro.
Proença também criou o projeto Piano Brasil, que promoveu masterclasses e recitais em locais com acesso restrito à música erudita, ampliando o alcance dessa modalidade em todo o país.
A sonoridade e o fraseado próprios marcaram seu estilo como pianista. Seu trabalho contribuiu para a difusão da música clássica brasileira nacional e para a valorização do piano na cultura musical do país.
Miguel Proença deixa um legado que vai além da performance, abrangendo a formação de novas gerações e a gestão em instituições culturais relevantes. Sua dedicação ao piano e à música brasileira norteou sua vida desde os primeiros anos até o momento de sua morte no Rio de Janeiro.
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Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com