Toyota anuncia investimento bilionário: expansão e novos modelos no Brasil

Expansão, novos carros e desmanche: os planos da Toyota para os R$ 11,5 bilhões em investimentos no Brasil

A Toyota u um investimento de R$ 11,5 bilhões no Brasil, o que reforça a movimentação de grandes montadoras diante da crescente presença das marcas chinesas no país. O aporte será realizado até 2030, com a inauguração da segunda fábrica em Sorocaba (SP), o lançamento de novos modelos e o desenvolvimento de um projeto próprio de desmanche para reaproveitamento de peças.

Ampliação da planta em Sorocaba e aumento da produção

A nova fábrica da Toyota, chamada Sorocaba II, está em construção em uma área de 160 mil m², parte de um terreno total de 400 mil m², equivalente a cerca de 40 campos de futebol. A unidade substituirá a fábrica de Indaiatuba, que está em processo de desativação, e deve começar a operar no segundo semestre de 2026.

Com a expansão, a capacidade anual de produção da montadora no Brasil aumentará 20%, saltando para 268 mil veículos. A fábrica Sorocaba I, que hoje produz o Yaris Cross, terá capacidade para 168 mil unidades em 2026, enquanto a nova Sorocaba II deve alcançar 100 mil veículos em seu primeiro ano. Caso a demanda permita, essa capacidade pode dobrar, atingindo até 200 mil veículos.

Na nova planta, serão produzidos dois modelos híbridos plenos, entre eles uma nova versão do Corolla e um carro ainda não revelado. Modelos como Hilux, SW4 e Hiace continuarão sendo fabricados na Argentina.

Novos modelos e eletrificação

Além da fábrica, a Toyota vai lançar no Brasil dois modelos inéditos nos próximos anos, incluindo o SUV compacto híbrido Yaris Cross, que chega às lojas em novembro. Este será o primeiro SUV de entrada com propulsão híbrida flex plena no país, combinando motor 1.5 flex aspirado e sistema híbrido, com potência aproximada de 110 cv.

O CEO da Toyota para América Latina e Caribe, Rafael Chang, revelou ainda planos para introduzir no mercado brasileiro, a partir do primeiro semestre de 2026, os primeiros veículos 100% elétricos da empresa. A eletrificação deve avançar também nos modelos comerciais leves, como a Hilux, que terá uma versão híbrida.

A produção no Brasil já contempla grande parte dos componentes desses veículos, com exceção do câmbio e bateria, que são importados. Todo o restante, incluindo o sistema Powertrain Control Unit (PCU), desenvolvido para gerenciar o uso da bateria, é fabricado nacionalmente.

Projeto de desmanche e reaproveitamento de peças

Outra frente importante do investimento é o programa de reciclagem de veículos da Toyota, que faz parte da iniciativa Mover (Mobilidade Verde e Inovação). O projeto ainda está em fase preliminar, mas tem o objetivo de cobrir todo o ciclo de vida dos automóveis, desde a extração da matéria-prima até o descarte, promovendo a redução da pegada de carbono.

Dentro desse escopo, a Toyota planeja montar um centro próprio de desmanche para reaproveitamento e venda de peças usadas com preços acessíveis para o consumidor. A ideia é atender a três perfis principais: proprietários de veículos com até cinco anos, aqueles com 5 a 10 anos e usuários de veículos para trabalho (como picapes agrícolas e carros de aplicativos).

Segundo Evandro Maggio, presidente da Toyota do Brasil, essa iniciativa busca equilibrar custo e qualidade para públicos diferentes. Por exemplo, proprietários de veículos mais antigos precisam de peças mais baratas, enquanto consumidores com carros novos são menos sensíveis ao preço.

Conclusão

O investimento da Toyota é uma resposta ao aquecimento da indústria automotiva brasileira, que recebeu R$ 180 bilhões em novas injeções de capital no último ano de outras grandes empresas. Com a ampliação da fábrica em Sorocaba, novos modelos híbridos e elétricos e a proposta inovadora de reaproveitamento de peças, a montadora japonesa reforça sua aposta no Brasil como um mercado estratégico para a América Latina.

Além de contribuir para a modernização industrial, esses investimentos prometem fortalecer a posição da Toyota no país, ampliar sua participação e promover a sustentabilidade em toda a cadeia produtiva.

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Fonte: g1.globo.com