Quase 7 em cada 10 denúncias de crimes online no Brasil são de exploração sexual infantil, diz ONG Entre 1º de janeiro e 31 de julho de 2025, quase 70% das denúncias anônimas feitas ao Canal Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, mantido pela ONG SaferNet, envolveram casos de exploração e abuso sexual infantil na internet. O dado revela a…
Quase 7 em cada 10 denúncias de crimes online no Brasil são de exploração sexual infantil, diz ONG
Entre 1º de janeiro e 31 de julho de 2025, quase 70% das denúncias anônimas feitas ao Canal Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, mantido pela ONG SaferNet, envolveram casos de exploração e abuso sexual infantil na internet. O dado revela a gravidade e a dimensão desse tipo de crime digital no país, que enfrenta desafios crescentes com a disseminação de conteúdos ilegais nas redes sociais.
Exploração sexual infantil domina denúncias digitais
De acordo com o relatório divulgado pela SaferNet, 64% das denúncias recebidas no período citado trataram de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. A ONG esclarece que esse percentual é ainda mais expressivo considerando que o canal também recebe notificações relacionadas a outras formas de crimes digitais, como racismo e violência contra a mulher.
“Quando envolve crianças e adolescentes, não existe consentimento. Sempre há relação de violência, exploração ou coerção, incompatível com qualquer ideia de sexualidade legítima”, destaca o documento da SaferNet, que atua no combate a crimes e violações de direitos humanos na internet.
A repercussão do vídeo “Adultização” e o aumento das denúncias
No mês de agosto, um vídeo do influenciador digital Felca, intitulado “Adultização”, ganhou grande destaque nas redes sociais ao denunciar a exploração sexual de menores online. Com mais de 40 milhões de visualizações na primeira semana, o conteúdo gerou ampla discussão e estimulou um aumento expressivo nas denúncias.
Entre 1º e 18 de agosto, foram registradas 6.278 denúncias anônimas relacionadas a suspeitas de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes — mais da metade delas após a publicação do vídeo. A SaferNet aponta que, em determinados dias, o canal chegou a registrar até 500 denúncias, demonstrando como a repercussão mobilizou a sociedade para reportar conteúdos ilegais.
O termo “adultização”, que se refere à exposição precoce e inapropriada de crianças a conteúdos e comportamentos adultos, passou a ser amplamente discutido e associado a um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados. O PL, conhecido como “PL da Adultização”, foi aprovado pelo Senado em 2024 e entrou em regime de urgência na Câmara em agosto, com foco na proteção de crianças e adolescentes nas redes sociais.
Desafios à frente: o uso da inteligência artificial na produção de conteúdos ilegais
O relatório da SaferNet também chama atenção para uma tendência preocupante: o crescimento do uso de inteligência artificial (IA) na criação de conteúdos que exploram ou abusam sexualmente de menores. Essa tecnologia tem facilitado a manipulação de imagens reais, inclusive de influenciadores mirins, atrizes e pessoas anônimas, além da criação de representações totalmente artificiais, conhecidas como “deepfakes”.
Apesar de serem artificiais, esses materiais afetam diretamente a vida das vítimas, causando impacto psicológico, humilhação e colocando-as em risco de extorsão. A facilidade e rapidez proporcionadas pela IA aumentam o potencial de disseminação e gravidade desses crimes, agravando ainda mais a situação.
O papel do Congresso e da sociedade
O debate em torno do PL da Adultização na Câmara dos Deputados reflete a urgência de elaborar legislações eficazes para coibir a exposição precoce de crianças e adolescentes em ambientes digitais e o abuso sexual na internet. O projeto busca estabelecer diretrizes claras para a proteção dos jovens, considerando a complexidade e os novos desafios impostos pelas tecnologias digitais.
Especialistas e organizações de defesa dos direitos humanos reforçam que é fundamental incentivar a denúncia e melhorar os mecanismos de monitoramento e repressão a esse tipo de crime, além de promover o debate sobre a responsabilidade das plataformas digitais na moderação de conteúdo.
Conclusão
Os números divulgados pela SaferNet evidenciam que a exploração sexual infantil é o crime digital mais denunciado no Brasil, demonstrando a urgente necessidade de políticas públicas e ações concretas para proteger as crianças e adolescentes. A popularização do termo “adultização” e a pressão sobre o Congresso mostram que há um crescente movimento da sociedade para enfrentar esse problema, mas o avanço tecnológico, especialmente com o uso da inteligência artificial, exige respostas rápidas e eficazes para garantir a segurança e o bem-estar dos menores no ambiente virtual.
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Fonte: g1.globo.com