Economia

Jovens buscam novos desafios: alta rotatividade no mercado de trabalho

Jovens buscam novos desafios: alta rotatividade no mercado de trabalho
  • Publishedagosto 20, 2025

Por que os jovens pedem mais demissão? Entenda o que cada geração valoriza no trabalho Nos últimos anos, o fenômeno da alta rotatividade entre jovens trabalhadores tem chamado a atenção de especialistas, empresas e do mercado em geral. Enquanto pessoas da geração baby boomer costumam permanecer décadas em uma única empresa, jovens da geração Z têm um comportamento totalmente diferente:…

Por que os jovens pedem mais demissão? Entenda o que cada geração valoriza no trabalho

Nos últimos anos, o fenômeno da alta rotatividade entre jovens trabalhadores tem chamado a atenção de especialistas, empresas e do mercado em geral. Enquanto pessoas da geração baby boomer costumam permanecer décadas em uma única empresa, jovens da geração Z têm um comportamento totalmente diferente: mudar de emprego com frequência virou prática comum. Mas por que isso acontece? E o que cada geração realmente valoriza no trabalho? Este artigo explora essas transformações no mercado de trabalho e os impactos para profissionais e organizações.

Gerações no mercado: valores e perspectivas diferentes

Aurélio Santana, de 66 anos, exemplifica o perfil clássico dos baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964). Ele trabalhou 43 anos na mesma empresa, a Anfavea, simbolizando o antigo modelo de carreira baseado em estabilidade e progresso linear. Para Aurélio, sucesso é chegar ao fim da vida profissional com conforto financeiro e a sensação de ter ajudado a família.

Já Raphaella Abrahão, de 22 anos, representa a geração Z (nascidos entre 1997 e 2012). Ela já passou por seis empregos em seis anos, refletindo a chamada prática do *job hopping*, ou “salto de emprego”. Para os jovens, o mais importante não é ficar muitos anos em um único lugar, mas sim encontrar ambientes com propósito, oportunidades de crescimento rápido e que proporcionem aprendizado constante.

Entre as gerações intermediárias, a geração X (1965-1980) busca equilíbrio entre estabilidade e flexibilidade, enquanto os Millennials (1981-1996) valorizam motivação e propósito, com menos foco no tempo na empresa e mais na qualidade das experiências.

O contexto que explica as mudanças

Segundo o sociólogo Ricardo Nunes, essas diferenças refletem transformações econômicas e sociais profundas. Se os baby boomers cresceram com a promessa de estabilidade e aposentadoria garantida, os jovens hoje enfrentam um mercado marcado pela precarização, pelo avanço tecnológico e pela necessidade constante de adaptação.

Nesse cenário, o conceito tradicional de carreira linear perde força. A geração Z não vê o *job hopping* como instabilidade, mas como estratégia para acelerar o desenvolvimento profissional e buscar sentido no trabalho.

Principais motivos para a alta rotatividade entre jovens

Dados do Ministério do Trabalho indicam que jovens entre 18 e 24 anos permanecem, em média, apenas 12 meses no mesmo emprego. Entre as razões mais citadas para pedirem demissão estão:

– Busca por novas oportunidades (38%)
– Falta de reconhecimento (34%)
– Questões éticas na empresa (28%)
– Estresse e problemas de saúde mental
– Baixa flexibilidade no trabalho

Essa frequência de mudanças impacta diretamente as empresas, que enfrentam custos altos com recrutamento, treinamento e redução de produtividade.

Como o mercado tem reagido a essa nova realidade?

Empresas têm se adaptado para reter talentos da geração Z, oferecendo não apenas salários competitivos, mas também benefícios que fazem diferença no dia a dia, como home office, horários flexíveis, apoio à saúde mental e planos de carreira transparentes.

Por exemplo, a Cosan permite que colaboradores circulem internamente entre as marcas do grupo, ampliando suas experiências sem a necessidade de sair da empresa. A Ford aposta em treinamentos para líderes e programas de mentoria para aumentar o engajamento.

Para recrutadores, o *job hopping* deixou de ser um sinal de instabilidade e passou a indicar inquietação produtiva, desde que o profissional saiba justificar suas escolhas e apresentar resultados concretos. No entanto, mudanças muito rápidas — abaixo de seis meses — ainda são vistas com desconfiança.

Desafios da convivência entre gerações

Com até quatro gerações convivendo no ambiente de trabalho, o desafio é conciliar expectativas e valores distintos. Enquanto os mais experientes valorizam dedicação e tempo de serviço, os jovens priorizam aprendizado, sentido e ambientes flexíveis.

Especialistas recomendam empatia, diálogo aberto e iniciativas como mentorias reversas e projetos intergeracionais para transformar essas diferenças em oportunidades de inovação e crescimento mútuo.

Conclusão

A mudança de comportamento dos jovens profissionais tem muito a ver com as transformações do mercado e da sociedade nas últimas décadas. O aumento da rotatividade e o conceito de *job hopping* refletem uma nova maneira de encarar a carreira, pautada na busca por propósito, aprendizagem contínua e coerência entre valores pessoais e profissionais.

Para as empresas, o desafio é se adaptar à diversidade de perfil e expectativas, criando ambientes que valorizem tanto a experiência dos veteranos quanto a inquietação dos mais novos. Afinal, investir em flexibilidade, propósito e desenvolvimento pode ser a chave para atrair e reter talentos em um mundo corporativo cada vez mais dinâmico e multifacetado.

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Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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