Exportações de frango caem, mas vendas de ovos disparam

Exportações de frango podem cair neste ano, mas vendas de ovos devem disparar, diz associação A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou nesta quarta-feira (20) suas projeções para o setor avícola brasileiro em 2025, indicando uma possível queda nas exportações de carne de frango e um crescimento expressivo nas vendas de ovos para o mercado internacional. As estimativas refletem…

Exportações de frango podem cair neste ano, mas vendas de ovos devem disparar, diz associação

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou nesta quarta-feira (20) suas projeções para o setor avícola brasileiro em 2025, indicando uma possível queda nas exportações de carne de frango e um crescimento expressivo nas vendas de ovos para o mercado internacional. As estimativas refletem os impactos da gripe aviária detectada recentemente no país e as tendências de recuperação da produção.

Exportações de frango sofrem com embargos internacionais

Segundo a ABPA, as exportações brasileiras de carne de frango devem apresentar uma redução de até 2% em 2025, na comparação com os números previstos para 2024. O principal motivo para a retração são os embargos impostos por importantes compradores internacionais, como a China e a União Europeia, após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial situada em Montenegro, no Rio Grande do Sul, em maio deste ano.

Embora o Brasil tenha se declarado livre da doença em junho, e não tenha registrado novos casos desde então, o impacto das restrições ainda afeta significativamente o mercado externo. Dados da ABPA apontam que, entre janeiro e julho de 2025, as exportações brasileiras de frango para a China recuaram 32,2%. A manutenção dos bloqueios pelos maiores importadores gera incertezas para o setor avícola no curto prazo.

Entretanto, a associação projeta uma recuperação nas vendas para o mercado externo em 2026, estimando um aumento de 5,8% nas exportações de frango para outros países. Paralelamente, a produção interna deve continuar crescendo, com alta prevista de 3% para este ano e mais 2% no próximo.

Vendas de ovos têm alta recorde impulsionada pelos EUA

Em contrapartida, o mercado de ovos apresenta um cenário bastante favorável. A ABPA prevê que as exportações brasileiras de ovos sofram um crescimento recorde de 116,6% em 2025, impulsionadas principalmente pela forte demanda dos Estados Unidos. O país norte-americano enfrentou uma grande redução no rebanho avícola devido à gripe aviária, aumentando significativamente a necessidade de importações.

No acumulado entre janeiro e julho, as vendas de ovos do Brasil para os EUA cresceram 1.419,3%, um salto expressivo que reforça o papel do Brasil como fornecedor global para esse produto. Para 2026, a associação projeta uma desaceleração no ritmo de crescimento, mas ainda espera um avanço robusto de 12,5% nas exportações de ovos.

Além do aumento no comércio exterior, a produção nacional também deve manter um ritmo de expansão. A previsão é que a produção de ovos cresça 7,5% em 2025 e mais 4,8% em 2026, acompanhando a demanda tanto interna quanto externa.

Perspectivas e desafios para o setor avícola

O cenário atual desenha desafios significativos para o setor avícola brasileiro, especialmente no que diz respeito à carne de frango, que convive com restrições comerciais que limitam seu potencial de crescimento no mercado internacional. Contudo, a retomada gradual das exportações para outros países e a expansão da produção demonstram resiliência e capacidade de recuperação.

No segmento de ovos, a indústria avícola brasileira vive um momento de oportunidades, com expansão acelerada que pode consolidar ainda mais o país como grande exportador global. A resposta do setor à demanda interna e externa, sobretudo com o apoio de mercados estratégicos como o americano, será fundamental para manter o ritmo de crescimento nos próximos anos.

A ABPA reforça a importância de investimentos em biosseguridade e diálogo com parceiros comerciais para minimizar riscos de surtos e acelerar o retorno do acesso pleno a mercados restritos. Com esforços coordenados, as perspectivas para o setor avícola brasileiro continuam positivas, apesar dos desafios atuais.

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Fonte: g1.globo.com